pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Cult: Apagão de professores na pátria educadora
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sábado, 27 de fevereiro de 2016

Cult: Apagão de professores na pátria educadora


por Christian Ingo Lenz Dunker
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O desejo é esta experiência coletiva que se transmite no presente, segundo a história dos que nos precederam, abrindo-nos um futuro indefinido, e num mundo de comum pertencimento. O grande desafio para uma pátria educadora é utilizar sua força e seus meios institucionais de modo que eles não sejam contrários aos seus fins

por Christian Ingo Lenz Dunker
O segundo pior crime da Ditadura Militar foi não ter alfabetizado o Brasil. Apesar de Anísio Teixeira (1900-1971), Paulo Freire (1921-1997) e Darcy Ribeiro (1922-1997), a formação de um sistema educacional nunca esteve entranhada à constituição do Estado brasileiro nem a uma política que o definisse ao menos por uma temporada.
Isso representa um contraste vivo com países contíguos como a Argentina, do presidente Domingo Sarmiento (1868-1874), que estabeleceu uma ligação intrínseca entre o projeto republicano e a educação universal, pública e gratuita. Nós, nesse período, expulsávamos jesuítas; nossos republicanos, positivistas, alegorizavam o saber como uma espécie de fetiche religioso para iniciados. Nosso parque universitário é tardio, nossos sistemas de avaliação recentíssimos, a ideia de fazer do Brasil um país voltado para a educação surgiu anteontem. Guardadas as proporções de nosso complexo de renascimento, ignoramos soluções e erros encontrados em tentativas anteriores, fazendo valer apenas o último capítulo da história, cuja lembrança do processo pode ser assim economizada. É também daí que procede nosso espírito de comparação com países como a Finlândia, com grandes centros notáveis de saber, contabilizados por Nobéis, ou com experiências de excelência no ensino, medidos por ideias geniais. Há um soberbo desconhecimento do tamanho do problema brasileiro. Isso torna bizarro nos compararmos com países com populações menores do que o estado de São Paulo, intuir ideias revolucionárias sobre currículo e tecnologia e nutrir a retórica dos grandes líderes na matéria. Na verdade, a educação, em vez de ser território de todos, passou a ser tratada como terra de ninguém.

LEIA O ARTIGO COMPLETO NA EDIÇÃO 209 DA REVISTA CULT.

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