Na realidade, o PT surgiu em 10 de fevereiro de 1980, numa histórica reunião realizada no Colégio Sion, em São Paulo, que contou com a presença de personalidades ilustres da intelectualidade brasileira, como Sérgio Buarque de Holanda, Paulo Freire, Paul Singer, Mário Pedrosa, entre outros. Por alguma razão os petistas adiaram a festa para ontem, dia 27, no Rio de Janeiro. Como dizem as famílias de classe média, não foi bem uma festa, mas apenas um bolinho, para não passar em branco. A estimativa de 4 mil pessoas não foi alcançada. Calcula-se que um número não superior a mil pessoas tenham comparecido ao evento.
Numa dessas viagens providenciais, a presidente Dilma Rousseff não esteve presente. Lula cumpriu o papel de apagar as velinhas. No seu melhor estilo, fez um discurso inflamado, dirigiu palavras duras às organizações Globo e reafirmou sua disposição de participar das eleições de 2018, seja como candidato, seja como cabo eleitoral, com a mesma disposição de sua primeira campanha, mesmo do alto dos seus 76 anos, que será a sua idade naqueles eleições.
Rigorosamente, o momento não está para festas. Isso por inúmeras razões. A economia não vai muito bem e a política... melhor nem falar. Há, entre os petistas mais autênticos, uma série de discordâncias quanto ao rumo do Governo da Presidente Dilma Rousseff. Mesmo nas mobilizações de apoio das grandes centrais sindicais ligadas ao partido, assim como de movimentos sociais como o MST, já era perceptível a indisposição com os achaques do governo contra os direitos da classe trabalhadora. Passados os anos, a tendência à adoção das políticas de orientação neoliberal apenas agravaram-se com as investidas contra a Previdência Social e, mais recentemente, a aprovação do Projeto Serra, que prevê a quebra de exclusividade de exploração do Pré-sal pela Petrobras. Aprovação, registre-se com o apoio do Planalto, numa aliança com tucanos e a banda mais podre do PMDB.
Creio que até mesmo o legado social petista - resultado das políticas de inclusão social, que tirou milhões da extrema pobreza - começa a fazer água, em razão do contingenciamento imposto pelos cortes de recursos. No tocante às obras de infraestrutura, de saneamento básico, por exemplo, o próprio ministro da Saúde, num momento de sincericídio, já declarou que perdemos a guerra para o mosquito. Muito difícil dizer como o partido enfrentará as urnas nas próximas eleições. De fato, não havia muita coisa a ser comemorado.
Um dos pontos altos, para não dizer que não falei das flores, foi a abonação da ficha de filiação da vereadora Marília Arraes, ex PSB-PE, ao partido, um ato realizado pelo próprio Lula. Em sua carta de despedida da agremiação socialista, a vereadora faz duras críticas ao partido. Não se esperasse dela outra postura, que sempre andou em rota de colisão com os socialistas tupiniquins. Aqui no Recife, a festa - esta será, de fato, uma festa - está programada para o dia 03 de março, às 18:30, na Casa de José Mariano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário