pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Dilma, você abusou. Tirou partido de mim, abusou...
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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Editorial: Dilma, você abusou. Tirou partido de mim, abusou...




Peço licença poética aos compositores Antonio Carlos e Jocafi para usar os seus versos na chamada deste editorial. Também gostaríamos de informar que, em qualquer circunstância, manteremos o respeito e a civilidade que sempre nos caracterizaram. Mas, devo confessar, presidente, a minha mais absoluta consternação com a aprovação do Projeto de Lei, de autoria do senador José Serra(PSDB), ocorrida ontem, no Senado Federal, que, na pratica, alija a Petrobras das operações do Pré-sal, num verdadeiro atentado contra a soberania nacional. 

Quando foram iniciadas as investigações em torno da teia de corrupção que atuava na Petrobras, envolvendo agentes públicos e privados, logo surgiram vozes afirmando que isso fazia parte de uma grande urdidura política com o propósito final de "sangrar" a estatal, num primeiro momento, criando as condições para, num segundo momento, conspirar contra os interesses nacionais envolvendo as reservas de petróleo do Pré-sal.Ontem, com a aprovação do Projeto de Lei, em caráter de urgência, urgentíssima, esta tese parece que está se confirmando. No horizonte, a famigerada Chevron, com quem, comenta-se, o senador tem fortes ligações. 

O pior é que a aprovação desse projeto no Senado Federal - ainda para ser apreciado pela Câmara dos Deputados - lesivo aos interesses nacionais, contou com o concurso do próprio Planalto, que abandonou os senadores Requião e Lindberg às feras. Quem traduziu bem essa situação foi o próprio senador petista pelo Rio de Janeiro, que, em pronunciamento naquela Casa - ou seria desabafo - informou que o Planalto protagonizou uma aliança nefasta com os tucanos e próceres figuras do PMDB, com o objetivo de derrotar quem se opunha ao projeto. Numa votação onde, aliás, o Governo poderia ter vencido. 

O mais preocupante de tudo isso - logo depois do atentado aos interesses nacionais - é que Dilma curvou-se diante dos seus algozes, numa atitude de absoluta capitulação, traindo ideais dos mais comezinhos, contrariando sua trajetória política, solapando os próprios companheiros de partido. De acordo com a sua liderança na Casa, a estratégia faz parte uma de uma 'negociação" em torno de pautas de interesses do Governo. Aqui para nós, vocês podem imaginar o que está em jogo? Como aconselha o professor Durval Muniz, em sua timiline da rede Facebook, não era preciso chegar a tanto, Dilma. Melhor seria cair com dignidade. Não dessa forma. 

Aliás, a presidente vem se especializando num discurso tergiversante. Quando houve a troca do ministro Joaquim Levi por Barbosa, logo o Planalto divulgou a informação de que estaríamos diante de uma guinada à esquerda. Praticamente nada mudou desde então, a economia ainda não voltou a crescer, permanece o assédio às conquistas históricas da classe trabalhadora. E, agora, depois da aprovação do "Projeto do Serra", cristaliza-se uma política neoliberal.

Ao final e ao cabo, o mais desastroso de tudo isso é que o PT poderá pagar um ônus política de proporções inimagináveis, com reflexos nas próximas eleições. Pelo "massacre midiático", não haverá como a população deixar de creditar ao partido a grave crise "moral" que estatal está passando, com a credibilidade mais baixa do que poleiro de pato, em razão do rumoroso escândalo de corrupção mostrado pela Operação Lava Jato. 

Pior que isso. Também passará à História como o partido que comprometeu a soberania e os interesses nacionais, ao permitir a exploração do Pré-sal a grupos estrangeiros. Um grande retrocesso, que deverá ser creditado a um partido que, por princípio, sempre defendeu o contrário. Parece mesmo o fim...melancólico. 


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