pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: o eleitor chikungunya
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sábado, 13 de fevereiro de 2016

Editorial: o eleitor chikungunya





Em qualquer eleição, quanto mais precipitadas, as previsões correm maior risco de não se confirmarem. Afinal, elas, as eleições, ocorrerão em Outubro e, até lá, muitas coisas podem acontecer, inclusive dentro dos parâmetros do imponderável. Mas, pelo andar da carruagem política, apenas vão se confirmando a tese de que o Partido dos Trabalhadores deverá enfrentar sua eleição mais difícil. São setores da mídia e da Justiça contribuindo para erodir o capital político de Lula, através de depoimentos, ilações, difamações, calúnias, investigações; organizações como a Transparência Internacional colocando o escândalo da Petrobras entre os maiores do mundo, abaixo apenas do ocorrido na Ucrânia; o agravamento dos problemas da economia, como uma recessão braba, o aumento do desemprego, dos índices inflacionários, achatamento do poder de compra; e, como se todos esses problemas ainda não fossem suficientes, a perda da guerra contra o mosquito Aedes Aegypti, transmissor da Dengue, da Zica e da Chikungunya. Por falar no mosquito, hoje, dia 13 de fevereiro, é o grande dia de mobilização nacional contra ele. 


Neste momento difícil, recomendaria à população que redobre os esforços para combater os focos de reprodução do mosquito. Não cometeríamos aqui a irresponsabilidade de um gestor público, caso do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes(PMDB), que "minimizou" o problema, argumentando que a gripe é muito mais grave. Vamos nos manter mobilizados, mas, para ser sincero, por enquanto, apenas notícias ruins. Faltam os kits de diagnóstico das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti; UPAS abarrotadas de doentes, algumas delas equipadas mas sem funcionarem, outras com suas obras interrompidas; aumento do números de óbitos causados pelas doenças transmitidas pelo mosquito; Novos anúncios de cortes no orçamento federal, previstos para março, embora se diga que não faltarão recursos para este fim. No que diz respeito às UPAS, numa demonstração inequívoca de inversão de prioridades, o Governo do Estado de Pernambuco cancelou a conclusão e o funcionamento de 05 delas, para honrar os compromissos assumidos com a construtora do elefante branco denominado de Arena da Copa.

Governo Federal, Estados e prefeituras que não fizeram o dever de casa no que concerne às ações de políticas públicas que poderiam impedir a proliferação do mosquito. A população é desassistida. Investimentos necessários para que atinjamos os níveis ideias de saneamento demorariam algo em torno de 50 anos. Com essa crise, então... De fato, o quadro é muito preocupante. Numa cidade do Rio Grande do Norte, o Secretário de Saúde do município fez uma previsão catastrófica: Até o final de 2016, todos os habitantes da cidade teriam adquirido alguma doença transmitida pelo Aedes Aegypti. 

Outro dia, na fila de um banco, conversávamos com um companheiro que, depois de apresentar aqueles sintomas conhecidos - um dos fatores que diferencia essas doenças é a incidência maior de manchas e dores nos órgãos afetados - a doutora olhou para ele e disse: você pode ter contraído Dengue, Zica ou Chikungunya. E ainda emendou: deseja mais alguma coisa? Uma colega, que esteve numa dessas UPAS abarrotadas, sem kits e sem médicos, aqui no Recife, numa sala repletas de pessoas com sintomas parecidos, ouviu de uma médica plantonista a seguinte expressão: vocês que estão com tais e quais sintomas estão "dispensados". Vão para casa, tomem bastante líquido e um determinado remédio. Já pensaram? 

Como afirmamos no início, é difícil predizer os reflexos desse endemia nas próximas eleições municipais, previstas para Outubro, mas fica óbvio, até para aquele leitor mediano, que os gestores públicos falharam feio no enfrentamento desse problema e isso se aplica a todos os entes federados. Daquela cidadezinha do interior do Rio Grande do Norte até o Palácio do Planalto, hoje governado pela coalizão petista. Todos os dias, o descaso do poder público com essa questão torna-se mais evidente. Políticas públicas de enfrentamento dos problemas estruturais foram negligenciadas, enquanto eram criados mecanismos de fomento ao crédito e ao consumo. Logo ficaria evidente a efemeridade dessas medidas, diante da proliferação de doenças como essas transmitidas pelo Aedes Aegypti. É certo que, para atingirmos os padrões mínimos de saneamento precisaríamos de 50 anos de investimentos em obras de infraestrutura. Isso coloca no retrovisor da história política do país muitos governantes ou coalizões de governo. Mas, também não é exagero afirmar, que tivemos uma década perdida nos governos da coalizão petista.

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