pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: O xadrez político das eleições municipais do Recife, em 2016: Acordos nacionais "rifam" a possibilidade de uma candidatura própria dos tucanos no Recife.
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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

O xadrez político das eleições municipais do Recife, em 2016: Acordos nacionais "rifam" a possibilidade de uma candidatura própria dos tucanos no Recife.





No início do mês de Janeiro, ocorreram algumas inquietações no ninho tucano pernambucano. A movimentação maior, registre-se, envolveu mais intensamente aqueles tucanos que defendem uma candidatura própria do partido às eleições municipais de 2016, no Recife. Trata-se, reconheça-se, de um grupo de parlamentares com expressiva influência na máquina local do partido. Movimentos e acenos dos atores políticos devem ser acompanhados atentamente pelos analistas. Há, entre esses parlamentares, uma preocupação sobre o papel que os tucanos deve representar na quadra política pernambucana. Para esses, a agremiação tucana está muito aquém de suas possibilidades e deveria assumir, de fato, um projeto de poder com o propósito de conquistar os palácios Antonio Farias e Campo das Princesas. 

Entre esses que assumem publicamente esta posição está o vereador do Recife, André Régis, um ferrenho opositor da gestão do socialista Geraldo Júlio. Como já afirmamos em outras ocasiões, uma candidatura própria dos tucanos ao Palácio Antonio Farias esbarra em alguns obstáculos, talvez intransponíveis, a julgar pelo andar da carruagem política. Manter a prefeitura do Recife é a prioridade das prioridades dos socialistas pernambucanos, principalmente depois da morte do ex-governador Eduardo Campos. Há costuras nacionais que indicam uma aproximação entre tucanos e socialistas, o que implicariam numa improvável aventura tucana na província. O curioso é que, desta vez, a opção de deixar as coisas como estão é uma opção ótima para os dois principais postulantes tucanos à presidência da República, o senador Aécio Neves e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Este último, inclusive, entabula um namoro explícito com os socialistas, caso seja mais uma vez rifado no pleito de uso da legenda para as suas aspirações presidenciais. Aliás, esse namoro é antigo. Quem não se lembra das boas relações entre Alckmin e o ex-governador Eduardo Campos, em eleições passadas?

Chegar a um acordo com os socialistas, por sua vez, é uma proposta muito bem recebida entre os partidários do senador mineiro, muito próximo aos herdeiros dos campos.Diante da possibilidade da inviabilidade de uma candidatura própria, comenta-se nas coxias que o Deputado Federal Daniel Coelho poderia deixar a legenda à procura de um novo partido que bancasse sua candidatura. Essa legenda poderia ser o PTB, caso haja um acordo com o também postulante, Sílvio Costa Filho(PTB), além do cacique da legenda, Armando Monteiro. Há, portanto, motivos para que os socialistas locais nunca tenham levado muito a sério essa ideia tucana de uma candidatura própria ao Palácio Antonio Farias. E, certamente, não seria -apenas - pelo fato de alguns tucanos já integrarem a gestão do prefeito Geraldo Júlio. 

É que acordos nacionais podem melar as pretensões do ninho tucano tupiniquim. Os petistas ou simpatizantes do partido estão sendo "caçados" em praça pública. Ainda neste domingo, um militante pró-Dilma chegou a ser agredido em praça pública, ali no Parque da Jaqueira. Os níveis de intolerância parecem ter chegado ao limite. Há um consenso na legenda que estas próximas eleições municipais serão uma das mais difíceis para o partido. Mesmo nessas circunstâncias adversas, o partido parece sentir a necessidade de redobrar esforços para a superação da crise. Uma das estratégias é o fortalecimento da legenda, ampliando sensivelmente o números de candidaturas próprias.

Alguns encontros já realizados, o caso da Paraíba é um bem exemplo disso, indicam essa tendência da agremiação. Naquele Estado há, inclusive, uma tendência à "interiorização" do partido, fortalecendo a presença em cidades estratégicas, como Serra Branca, a rainha do Cariri, onde o PT sai de candidatura própria. Essas iniciativas parecem externar orientações definidas no plano nacional da legenda. Por falar nisso, o ex-prefeito do Recife por dois mandatos, hoje na presidência da SUDENE, João Paulo, em entrevista concedida, anunciou sua disposição de lançar sua candidatura pela legenda à Prefeitura da Cidade do Recife, em 2016. É a primeiro vez que ele se manifesta tão enfaticamente sobre o assunto, antes mesmo de consultar o seu astrólogo. João Paulo faz questão de enfatizar que a sua postulação conta com o apoio e o incentivo dos caciques nacionais da legenda. Ouvido pelo imprensa, Oscar Barreto, da Executiva Municipal, colocou panos mornos sobre o assunto, alertando que o partido ainda não se definiu sobre o nome que deverá concorrer ao Palácio Antonio Farias. Para um bom entendedor, isso é o bastante.  

Enquanto isso, o prefeito Geraldo Júlio(PSB) tenta administrar as intempéries políticas e naturais, como este último vendaval que tomou conta da cidade do Recife nos últimos dias, deixando um rastro de problemas, atingindo, sobretudo, os estratos sociais mais vulneráveis, aqueles esquecidos por uma gestão que, como afirma, o cientista político Michel Zaidan, caracteriza-se pela "inversão de prioridades". Não terá vida fácil daqui para a frente.

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