'Recentemente, o Deputado Federal Jair Bolsonaro(PSC), provável candidato às eleições presidenciais de 2018, esteve nos Estados Unidos, onde elogiou o presidente Donald Trump, exibiu-se num stand de tiros, mostrando-se francamente favorável à liberação do uso de armas aos brasileiros, caso ele seja eleito. No estilo daquelas bravatas já conhecidas por todos. Se as eleições fossem hoje, noves fora Lula, ele certamente seria eleito, desbancando todos os outros postulantes, conforme informou semanários internacionais. As chances de Lula viabilizar-se como candidato são mínimas. Até ele já admitiu que está lascado, depois de acumular tantos reveses com os rolos da operação Lava Jato. O que ele enfatiza é que estão subestimando a sua condição de carregador de andor. As pesquisas, por sua vez, também confirmam essa possibilidade, ou seja, indicam que a sua capacidade de transferência de votos também está afetada, o que diminui bastante as chances de uma alternativa do campo de esquerda sagrar-se vitoriosa nas próximas eleições presidenciais, apenas ancorada na figura do ex-presidente.
Como se tudo isso ainda não bastasse, há ainda o temor de um recrudescimento do golpe institucional de 2016, em razão da grave crise institucional pela qual passamos, aliada à forte receptividade dos brasileiros a soluções autoritárias, o que assanha as casernas. Não temos dúvidas de que as plataformas políticas conservadoras e de direita - e até de ultradireita, o que é ainda mais grave - hoje predominam sobre o cenário político, quase que alijando a esquerda da disputa, num fenômeno que se reproduz praticamente em todos os continentes. Trata-se de uma escalada conservadora sem precedentes, conforme observou o senador Humberto Costa(PT). Mantidas essas condições, talvez cheguemos ao vaticínio preconizado pelo sociólogo português Boaventura de Souza Santos, ou seja, corremos o risco de conduzir, através das urnas, um candidato de perfil fascista à cadeira de Presidente da República, com todas as consequências daí decorrentes."
(José Luiz Gomes, cientista político, em editorial publicado aqui no blog)
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