pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: O xadrez político das eleições estaduais de 2018, em Pernambuco: Fernando Bezerra parte para o confronto com Paulo Câmara.
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sábado, 21 de outubro de 2017

O xadrez político das eleições estaduais de 2018, em Pernambuco: Fernando Bezerra parte para o confronto com Paulo Câmara.

Resultado de imagem para Bruno Araújo/Mendonça Filho/FBC

José Luiz Gomes da Silva

Cientista Político


O senador Fernando Bezerra Coelho(PMDB) assume o protagonismo político de quem, de fato, é candidato ao Governo do Estado nas próximas eleições estaduais. Em entrevistas concedidas durante esta semana, aproveitou para alfinetar o governador Paulo Câmara(PSB), com ironias do tipo "Pernambuco está em câmara lenta". Como se sabe, o nome que deverá encabeçar a chapa da Frente de Oposição - ou Conspiração Macambirense, como prefiro - ainda não é prego batido de ponta virada. Em alguns cenários possíveis, o senador poderia liderar a chapa. Este núcleo político reúne gente com a experiência da direita, que normalmente não briga naquilo que é essencial. E, para este grupo, o essencial é mesmo conquistar o Palácio do Campo das Princesas em 2018, seja lá com que cara for. A resposta do governador não tardou muito, depois que teria sido divulgado um índice em que Pernambuco lidera, no momento, o ranking nacional de geração de empregos formais. Ué, Fernando Bezerra Coelho não disse que o Estado estava parado?
 
Na realidade, esta foi uma semana de farpas trocadas entre governistas e oposicionistas. Na ALEPE, por exemplo, durante uma audiência pública sobre segurança, o deputado Joel da Harpa(Podemos) e José Maurício(PP) quase foram às vias de fato, com direito a dedos em ristes e aqueles palavrões conhecidos. Mesmo neste clima, líderes da oposição conseguiram dialogar e propor um conjunto de sugestões ao Governo do Estado, que estava ali representado pela cúpula de segurança pública. Voltou a ser discutida a criação do Conselho de Gestão do Pacto Pela Vida, uma velha reinvindicação dessa política de segurança pública, que nunca foi materializada. Escrevi um longo e denso editorial tratando deste assunto, mas deixo esse debate para um momento mais oportuno, embora ninguém tenha a menor dúvida de este será o mote da campanha de 2018 no Estado.

O senador Fernando Bezerra Coelho parece convencido de que as liminares concedidas pela justiça em favor dos peemedebistas Raul Henry e Jarbas Vasconcelos serão revogadas pela Direção Nacional da Legenda. Ou seja, em algum momento ele terá o controle da legenda no Estado, o que o permitiria aplicar dois golpes no Campo das Princesas: retirar o PMDB da composição governista, assim como fortalece-lo na disputa entre os novos companheiros de aliança política. É conhecida a indisposição da justiça em imiscuir-se nessas contendas. Em todo caso, como ele mesmo afirmou, não existe partido regional. Pelo menos não formalmente, senador, uma vez que o PMDB, na verdade, é uma federação de partidos regionais, cada qual hegemonizado por uma liderança política local.

A Conspiração Macambirense, até o momento, age com um padrão de integração que muito nos surpreende. Ninguém é assim tão ingênuo para acreditar que haja um padrão de harmonia entre eles. Não há. No entanto, os recados ainda são sutis, como, por exemplo, a presença de pefelistas históricos no ato de desagravo a Jarbas Vasconcelos(PMDB). Seus líderes se referem sempre ao conjunto de forças que devolverá o protagonismo político nacional ao Estado de Pernambuco. FBC, embora não admita, assume contornos de um possível cabeça de chapa; o ministro Bruno Araújo(PSDB) já foi lançado candidato ao Governo do Estado, num evento recente na cidade de Gravatá; Embora um pouco retraído nos últimos meses, o senador Armando Monteiro(PTB) continua no páreo desde as eleições passadas. Mas observem, sobretudo que, independentemente de um cabeça de chapa definido - ou pelo menos ainda não informado - eles desenvolvem projetos políticos muito bem articulados. Um pouco menos Armando Monteiro(PTB), mas Bruno Araújo(PSDB), Fernando Bezerra Coelho(PMDB) e Mendonça Filho(DEM) sempre estão juntos em grandes eventos políticos no Estado relacionados às suas pastas.

Hoje acompanhei uma entrevista com o ex-governador Joaquim Francisco(PSDB). Joaquim Francisco construiu sua carreira política ligada aos Democratas. É um político ali de Macaparana, um homem de "saudade de bosta", do meio-rural, do plantio da cana, do leite quente tirado do peite da vaca. Joaquim Francisco tem algumas tiradas políticas curiosos, oriundas de sua experiência rural. Uma das mais famosas é aquela onde ele afirma que está "meditando sob a maçaranduba do tempo", ao informar ao seu interlocutor que a decisão sobre determinado assunto ainda não foi amadurecida. "Cobra que não anda não engole sapo" é outro dito popular que ele costuma usar com frequência. Durante o programa, ele afirmou que o caboclo que não se movimenta perde o bonde da história. Além dos movimentos políticos equivocados, o governador Paulo Câmara(PSB), ao que nos parece, meditou bastante sob a maçaranduba do tempo, se é que vocês nos entendem. 
 

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