pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: O xadrez político das eleições estaduais de 2018, em Pernambuco: Contingenciado pelos últimos movimentos, Jarbas já aceita dialogar com o PT.
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sábado, 28 de outubro de 2017

O xadrez político das eleições estaduais de 2018, em Pernambuco: Contingenciado pelos últimos movimentos, Jarbas já aceita dialogar com o PT.


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José Luiz Gomes da Silva
 
Cientista Político
 
 
A semana política no Estado foi marcada por alguns fatos que merecem uma reflexão. Na última semana, o senador Fernando Bezerra Coelho(PMDB) assumiu de vez o perfil de um provável candidato às eleições estaduais de 2018, aproveitando o momento para alfinetar o atual ocupante do Campo das Princesas, Paulo Câmara(PSB). As farpas tiveram resposta imediata dos palacianos. Mas, o que está em jogo, na realidade, é essa "desenvoltura" do senador Fernando Bezerra Coelho, nos parece que alicerçada em alguma convicção sobre o desfecho do imbróglio criado com a intervenção da Executiva Nacional do PMDB no Diretório Regional da legenda, sob o comando do vice-governador Raul Henry(PMDB), afilhado político do Deputado Federal Jarbas Vasconcelos(PMDB). Certamente, a convicção do senador é a de que, no final, serão garantidos os acordos celebrados em Brasília, com a cúpula da legenda, que entregaria o partido ao seu grupo político no Estado, permitindo que ele controle a máquina partidária peemedebista consoante os seus interesses.

Esse novo arranjo político posicionou o Deputado Federal Jarbas Vasconcelos numa espécie de "constrangimento" político, colocando-o numa situação, antes bastante confortável, para uma situação em que precisa construir "saídas" diante da nova conjuntura. É governo e tem reafirmado sua posição de encampar o projeto de reeleição do governador Paulo Câmara(PSB). Banca o apoio ao governador, dizem, até mesmo numa hipótese de o seu nome vir a ser questionado por setores da legenda socialista. Na realidade, Jarbas é um dos grandes avalistas do projeto de reeleição do governador. Diante das dificuldades, a reeleição de Paulo Câmara, embora seja apresentada como uma das prioridades da legenda para as próximas eleições de 2018, aqui na província, amiúde, as coxias explicitam a ausência de uma unanimidade.

Como disse, as circunstâncias políticas novas contingenciaram o Deputado Federal Jarbas Vasconcelos a reavaliar algumas posições. Antes, sua posição era de absoluta rejeição a qualquer hipótese de o PT vir a recompor sua aliança com os socialistas. "Se o PT entrar, eu saio", dizia ele, sempre que tal hipótese era cogitada. A questão que se coloca no momento é: sair para onde? Não que uma recomposição com os seus antigos "companheiros" seria de todo improvável. Afinal, alguns deles estavam prestigiando-o em ato de desagravo contra as manobras da direção nacional da legenda. A questão é que no grupo governista ele já assegura uma das vagas ao Senado Federal, além de não criar novos embaraços para o seu afilhado Raul Henry(PMDB), fiel escudeiro de Paulo Câmara. As duas vagas que concorrerão ao Senado Federal na chapa oposicionista estão sendo duramente disputadas.
 
O senador Humberto Costa(PT) concedeu entrevistas a emissoras de rádio nesta semana. Todas as portas estão abertas, mas algumas delas entreabertas, quiçá quase fechadas, como a possibilidade de uma candidatura própria da legenda nas eleições de 2018. Marília Arraes(PT) poderá ser rifada por se constituir numa candidatura olímpica, recheada de bons ideais, mas, na prática, pouco pragmática para a legenda, naquele raciocínio de que o partido precisa voltar a ter representantes no parlamento, de preferência assegurando a permanência do senador Humberto Costa no Senado Federal. O grande dilema da legenda seria o de se recompor com um agrupamento político que apoiou o processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff. O problema de digerir isso, no entanto, parece ser maior na militância do que na cúpula da legenda. Até o Lula já andou fazendo críticas ao fato de Dilma Rousseff(PT) ter traído seus eleitores. Política tem dessas coisas...
 
A fala do senador Humberto Costa, nesta semana, se assemelha ao do personagem Lima Duarte, no filme Eu, Tu Eles, que, num diálogo com Regina Casé, afirma categórico: de nossa parte, o acordo está feito. O senador não descarta a possibilidade de uma reaproximação com os socialistas. Jarbas Vasconcelos, por sua vez, antes completamente reticente a esta hipótese, já admite a convivência com os petistas no mesmo palanque. Acabo de publicar aqui no blog uma resenha sobre o novo livro do sociólogo Jessé de Souza. Há, ali, um grande reconhecimento do legado petista, notadamente para a nossa democracia "substantiva", ao adotar uma ampla política de distribuição de renda, incluindo contingentes consideráveis de nossa sociedade ao exercício da cidadania. Convém sempre observar, senador, que, para esse contexto político, uma candidatura própria, mesmo olímpica, seria mais condizente. Infelizmente, o pragmatismo político, quase sempre, atropela a coerência. 

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