Aparentemente resolvido o impasse da candidatura petista, o senador
Humberto Costa começa as costuras no sentido de reaproximar-se do prefeito João
da Costa. Esta operação “desarme”, aliás, vem sendo a postura adotada pela
cúpula petista diante das nuvens que se formaram em torno de uma decisão de
força, cujo custo político foi bastante elevado. A decisão da
executiva é apenas a ponta do iceberg de uma crise muito mal gerenciada pelos
petistas, desde o início. Ela começa pela escolha do nome de João da Costa para
suceder João Paulo, abrindo feridas jamais cicatrizadas. O prefeito escolheu um nome sem capilaridade partidária
local e nacional, carisma e habilidade política. Escolheu um poste e o elegeu prefeito com o seu prestígio. João da Costa era uma espécie
de executivo de João Paulo. É por isso que ele, João da Costa, também precisa tomar muito cuidado com o conteúdo daquelas pastas ensebadas que ele anda exibindo. Os equívocos políticos do PT foram tantos que, no
final, conferiram-lhes uma envergadura política que ele nunca teve. Apesar do
tom conciliador de Humberto, não será fácil obter o apoio político do prefeito
João da Costa. O prefeito pretende se reunir com sue staff político para
definir o rumo que tomará daqui pra frente, mas, em nunhum momento, reconhece
como legítima a decisão da executiva. O interessante é observar o discurso do
senador, reafirmando ao quatro cantos, que nunca criticou o prefeito ou ele
dirigiu qualquer agressão. Suas divergências eram apenas no campo político. Um
discurso feito sob medida para a estratégia de reaproxiamção com o grupo de João e para a platéia que deverá
decidir as eleições em 2012, procurando fazer as "emendas" que comprometam o mínimo a gestão petista na capital. Voltamos a insistir na tese do "cisma" petista no Recife, algo difícil de ser reconstituído. As fissuras na CNB, por exemplo, teriam, inclusive, outras motivações para além do apoio ao nome de João da Costa. Apesar do "discurso", os atos de Humberto já faz algum tempo que deixaram de ser conciliadores na agremiação. Por isso mesmo o PT encontra-se nesse estágio.
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