Ontem, produzimos um texto onde falávamos sobre o resultado da
reunião da Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores em relação à decisão
sobre o nome que deverá concorrer às eleições municipais de 2012, no Recife.
Aconteceu o que todos já sabiam que iria ocorrer: o nome indicado é o do
senador Humberto Costa. A reunião da executiva foi uma espécie de reunião
mineira, ou seja, tudo já estava decidido na véspera, devidamente combinado entre
os atores participantes, inclusive as ponderações de Dirceu em favor de João da Costa. A decisão sobre o nome de Humberto foi comunicada a
João da Costa por Rui Falcão, Presidente Nacional do Partido, que nunca escondeu
sua simpatia pelo nome do senador. Em certo aspecto, foi uma grande bobagem
João imaginar que poderia vencer essa tecitura política tão bem tramada,
envolvendo esses pesos pesados do partido, com o concurso do governador Eduardo
Campos, tudo acordado com Lula. João da Costa, em entrevista recente, depois que se ausentou antes do
término da reunião, afirmou que irá se reunir com seus partidários com o
objetivo de traçar os próximos passos. A mobilização em torno do nome de João
da Costa criou um novo cenário político no PT do Estado e, quem, sabe, pode começar a
extrapolar o campo de forças internas da agremiação, estimulando João a continuar na luta. O “martírio” do prefeito que venceu as prévias
angariou a simpatia de muita gente, apesar do desgaste de sua administração. É
neste aspecto que observamos a possibilidade do grupo produizir uma espécie de “cisma”,
não sendo improvável a possibilidade de uma possível candidatura de João por uma outra legenda. As feridas provocadas por essas brigas internas serão de difícil cicatrização. Rigorosamente, o termo "democracia", foi riscado do dicionário da aristocracia petista. No "Manifesto" publicado hoje pelo grupo que apóia o senador Humberto Costa, observa-se, claramente, o deliberado relativismo do verbete. Ou seja, só há democracia quando as decisões tomadas favorecem os nossos interesses. Talvez tenha chegado o momento dos caciques da agremiação voltarem a ler Carlos Nelson Coutinho.
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