pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Revista CartaCapital: "É preciso descer do pedestal para entender a Nova Classe Média", artigo de Renato Meirelles
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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Revista CartaCapital: "É preciso descer do pedestal para entender a Nova Classe Média", artigo de Renato Meirelles

Colunistas

Renato Meirelles

Renato Meirelles

Sócio-Diretor do Data Popular , é considerado um dos grandes especialistas em mercados emergentes. Comunicólogo com MBA em gestão de negócios pela ESPM, foi colaborador do livro "Varejo para Baixa Renda”, publicado pela Fundação Getúlio Vargas e autor do livro “Um Jeito Fácil de Levar a Vida - O guia para Enfrentar Situações Novas Sem medo”, publicado pela editora Saraiva.
 

É preciso descer do pedestal para entender a Nova Classe Média

Em dez anos, algumas mudanças econômicas colocaram o Brasil num patamar evolutivo. Muitos brasileiros, antes considerados de baixa renda, conseguiram acesso ao crédito através de empregos formais que contribuíram para o aumento da renda familiar. Essa rede de mudanças permitiu a este cidadão dar boas vindas a um estilo de vida mais consumista. Os sonhos são hoje possíveis de serem concretizados.
A Nova Classe Média valoriza cada vez mais a qualidade dos produtos que consome . Foto: Agência Brasil

O que esse brasileiro percebeu é que pode tornar a sua vida mais confortável através de bens de consumo que podem ser adquiridos de imediato sem torrar todo seu orçamento. O crédito possibilitou essa virada e consolidou o que chamamos de Nova Classe Média Brasileira.
Também conhecida por Classe C, a NCM representa a maioria de consumidores em todas as categorias de consumo: móveis e eletrodomésticos, alimentação e bebidas, roupas e calçados, entre outros.
O acesso a serviços também tem a liderança deste novo consumidor, que pode agora ser visto em ambientes nunca antes frequentados, como nos saguões dos aeroportos, shoppings, cinemas e academias. E essa presença impactante de consumidores com códigos diferentes contribuiu não apenas para movimentar a economia do país, mas para gerar incômodo da antiga classe média (Classes A e B) que viu seu espaço, antes exclusivo, invadido por uma superpopulação que antes “não existia” na prática.
Além do preconceito causado pelo aumento do número de pessoas em lugares antes restritos, a elite também demonstra preconceito em relação às diferenças cognitivas existentes entre as classes sociais.
Realizamos uma pesquisa online no segundo trimestre de 2011 que comprova isto: 55,3% da elite afirmou que deveria haver produtos diferenciados para ricos e pobres e 48,4% acredita que a qualidade dos serviços piorou com o maior acesso a população.
E esta mesma fatia social que repudia a chegada da classe C é aquela que está à frente das grandes empresas e agências de publicidade, o que torna mais difícil ainda atingir este público, pois para isto é preciso ter humildade e quebrar esta barreira.
Os empresários precisam enxergar que há tempos a classe C deixou de ser um nicho de mercado e olhar pra ela com outros olhos, até porque ela representa 53,9% da população brasileira. São 104 milhões de consumidores ignorados, sendo que os próprios comerciais de tevê são destinados para o público A/B.
O grande erro é achar que a Nova Classe Média deseja ser como a elite. Esse cara deseja sim melhorar de vida, mas não se espelha no rico, que considera perdulário, e sim no vizinho, que acabou de comprar um carro, por exemplo.
Outro equívoco é querer empurrar produto baratinho e vagabundo para este consumidor.
A Nova Classe Média valoriza cada vez mais a qualidade dos produtos que consome e não se importa de pagar um pouco a mais para garantir isto. É um mercado que trabalha muito bem com a relação de custo benefício, até porque, na hora de lavar a roupa suja, o que conta não é o preço do sabão em pó, mas a sua eficácia e durabilidade, e isso a dona de casa da Classe C sabe muito bem.
Estes aspectos comportamentais fazem toda a diferença para elaborar estratégias acertadas de negócios, e por isso acredito que é preciso descer do pedestal e entrar em contato com a realidade desse público, que nós aqui do instituto Data Popular chamamos de Brasil de Verdade.
Renato Meirelles, novo colunista do site de CartaCapital, é sócio-Diretor do Data Popular, que completou em 2011 dez anos em pesquisa e consultoria nas classes C, D e E. Comunicólogo com MBA em gestão de negócios pela ESPM, foi colaborador do livro Varejo para Baixa Renda, publicado pela Fundação Getúlio Vargas e autor do livro Um jeito fácil de levar a vida – O Guia para Enfrentar Situações Novas Sem Medo, publicado pela editora Saraiva. É colunista de diversas revistas e editor do site brasildeverdade.com.
No Data Popular, conduziu mais de 200 estudos sobre o comportamento do consumidor de baixa renda no Brasil, desenvolvendo projetos de pesquisa, posicionamento de marca e inovação para empresas como: C&A, Itaú, P&G, Gol, Positivo Informática, Rede Globo, Rede Record, Banco Ibi, Living Construtora, Pernambucanas, Casas Bahia, portal Terra, Febraban, Sadia, Camargo Corrêa, entre outros.

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