A manobra do Campo das Princesas trauxe dois efeitos
imediatos: Isolou o PT e deu um duro golpe na oposição, que continua
desnorteada, orientada pelas filigranas ideológicas, como se isso estivesse em
jogo numa disputa de um pragmatismo visceral. A reprimenda de Mendonça Filho à
atitude de Raul Henry, que o respondeu logo em seguida, trouxe à tona, apenas,
alguns detalhes dessas relações conflituosas e arranjos políticos que não vem a
público com toda a transparência. O grande embate deve mesmo se dar entre os
candidatos Geraldo Júlio e Humberto Costa. Mendonça entra no páreo para
preservar seu mandato de deputado, Daniel Coelho não empolga e Raul Jungmann,
mais uma vez, se resolver entrar nesta seara, será para uma candidatura olímpica. Ao se confirmarem as tendências apontadas pelas pesquisas do PSB, o Recife deseja mesmo é um "gerentão", alguém com perfil para propor soluções concretas para os seus problemas. É certo que os eleitores e militantes mais orientados ideologicamentes, possivelmente devem estar torcendo a cara para essa aliança com o PP, mas, se o PT vier a ser derrotado, a conta deve ser creditada às estressantes disputas internas e ao esgotamento de um modelo de gestão incapaz de resolver os problemas municipais. Isso nos faz lembrar o filósofo Denis Rosenfield. Militante petista, o afastamento de Denis do Partido se deu de uma maneira conflituosa, à semelhança de outros grandes intelectuais muito identificados com o projeto petista, como o economista Francisco de Oliveira. Sempre tivemos muita curiosidade em saber quais os reais motivos que levaram Denis a afastar-se do partido. Embora não se possa, ingenuamente, embarcar em qualquer discurso, durante uma entrevista concedida, quando perguntado sobre o assunto, Denis justificou que saiu do partido porque o PT, em 16 anos de mandato, não conseguiu apresentar uma solução para o drama de uma dúzia de meninos de rua que dormiam nas praças de Porto Alegre. Pay attention, PT!
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