publicado em 29 de julho de 2013 às 21:55
do site da ONU, sugerido pelo Rodrigo Carvalho
O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 mostra que cerca de
74% dos municípios brasileiros (ou 4.122 deles) se encontram nas faixas
de Médio e Alto Desenvolvimento Humano, enquanto cerca de 25% deles (ou
1.431 municípios) estão nas faixas de Baixo e Muito Baixo
Desenvolvimento Humano. Os dados foram divulgados hoje (29/07), no
lançamento do Atlas Brasil 2013, em Brasília, pelo PNUD. As faixas de
desenvolvimento humano são calculadas tendo como base o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDHM) dos 5.565 municípios pesquisados pelo
Censo de 2010, do IBGE.
Os dados refletem a evolução apresentada pelo IDHM do Brasil nas duas
últimas décadas, ao sair da faixa de Muito Baixo (0,493) em 1991 para
Alto (0,727) em 2010. Esta evolução sinaliza também que o país está
conseguindo, aos poucos, reduzir as disparidades históricas de
desenvolvimento humano entre os municípios das regiões Norte e Nordeste e
aqueles localizados no Centro-Sul.
Em 1991, pelos recálculos e adaptações feitas no Atlas Brasil 2013
para o novo IDHM, 85,8% dos municípios brasileiros fariam parte do grupo
de Muito Baixo Desenvolvimento Humano. Em 2000, esse número teria caído
para 70% e, em 2010, despencado para 0,57% (32 municípios). Apesar da
evolução neste quadro, a análise por regiões mostra que o Nordeste ainda
tem a maioria de seus municípios no grupo de Baixo Desenvolvimento
Humano (61,3%, ou 1.099 municípios), enquanto no Norte eles somam 40,1%
(180 municípios) nesta categoria. Pelos dados atuais, 0,8% dos
municípios do Brasil (44 deles) fazem parte da faixa de Muito Alto
Desenvolvimento Humano.
As regiões Sul (64,7%, ou 769 municípios) e Sudeste (52,2% ou 871
municípios) têm uma maioria de municípios concentrada na faixa de Alto
Desenvolvimento Humano. No Centro-Oeste (56,9%, ou 265 municípios) e no
Norte (50,3, ou 226 municípios), a maioria está no grupo de Médio
Desenvolvimento Humano. Ainda segundo o mesmo levantamento, Sul, Sudeste
e Centro-Oeste não possuem nenhum município na faixa de Muito Baixo
Desenvolvimento Humano. Por outro lado, as regiões Norte e Nordeste não
contam com nenhum município na faixa de Muito Alto Desenvolvimento
Humano.
Desempenho por estados
O Distrito Federal é a Unidade da Federação (UF) com o IDHM mais
elevado (0,824) e se destaca também como o único do grupo a figurar na
faixa de Muito Alto Desenvolvimento Humano. Além disso, o DF tem o maior
IDHM Renda (0,863), o maior IDHM Educação (0,742) e o maior IDHM
Longevidade (0,873) entre as UFs. Na outra ponta, Alagoas (0,631) e
Maranhão (0,639) são os estados com menor IDHM do país.
Na comparação feita entre as UFs, constata-se que a diferença entre o
maior e o menor IDHM do grupo recuou 25,5% entre 1991 (0,259) e 2010
(0,193). A maior redução nas disparidades foi encontrada no IDHM
Longevidade, onde a diferença caiu 41,6% (de 0,202 em 1991 para 0,118 em
2010). A queda na diferença entre o maior e o menor IDHM Educação foi a
segunda maior: 15,9%, de 0,264 (1991) para 0,222 (2010). No IDHM Renda,
a queda foi de 11,6% pela mesma comparação, passando de 0,284 (1991)
para 0,251 (2010).
A redução na diferença entre os maiores e menores IDHMs dos estados e
DF mostra que as Unidades da Federação conseguiram reduzir as
desigualdades entre si em termos de desenvolvimento humano.
Apesar disso, os estados do Sul e Sudeste continuam com IDHM e
subíndices superiores aos do Brasil – com exceção de Minas Gerais
(0,730) que, na dimensão Renda, encontra-se abaixo do IDHM Renda do país
(0,739). Todos os estados do Norte e Nordeste têm IDHM e subíndices
menores que os do Brasil.
Análise de disparidade entre municípios
A análise de disparidade entre os maiores e menores IDHMs
Longevidade, Renda e Educação no âmbito dos municípios mostra distâncias
absolutas maiores do que as encontradas na comparação entre estados.
Entre os 5.565 municípios comparados, o IDHM Longevidade, assim como nos
estados, foi onde houve maior redução: a diferença entre o mais alto e
mais baixo município caiu 41,1% entre 1991 e 2010, de 0,377 para 0,222,
respectivamente. No IDHM Renda, esta diferença caiu 14,4% no mesmo
período (de 0,574 para 0,491). Já para o IDHM Educação, a disparidade
entre o mais alto e o mais baixo registrado por municípios apresenta
alta de quase 13% em relação ao que se via em 1991 (de 0,547 para
0,618).
Capitais brasileiras
Das capitais brasileiras, apenas cinco delas aparecem entre os 20
municípios de maior IDHM: Florianópolis (3º), Vitória (4º), Brasilia (9º
e Belo Horizonte (20º).
O Atlas Brasil 2013 mostra que nenhuma capital brasileira aparece
entre os 20 municípios de mais alto IDHM Longevidade. No ranking do IDHM
Educação, apenas três delas estão entre as 20 de melhor desempenho:
Vitória (4º), com 0,805; seguida de Florianópolis (5º), com 0,800; e
mais abaixo por Curitiba (17º), com 0,768. Já no ranking do IDHM Renda
para municípios, sete capitais aparecem entre as 20 de maior subíndice:
Vitória (3º), com 0,876; Porto Alegre (6º), com 0,867; Brasília (8º),
com 0,863; Curitiba (11º), com 0,850; São Paulo (15º), com 0,843; Belo
Horizonte (17º), com 0,841; e Rio de Janeiro (18º), com 0,840.
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