O governador Sérgio Cabral emergiu das urnas
de 2010 como uma grande promessa política. Eleito governador de um
Estado importante da Federação, o Rio de Janeiro, ancorado num relativo
carisma e integrante de um partido que
sempre se ressentiu da ausência de quadros com o seu perfil, logo foi
apontado como um provável nome a ser trabalhado para as eleições
presidenciais de 2018. Neste aspecto, revalizava, diziam os analistas,
com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ainda não arranhado
pelos últimos acontecimentos. Demorou pouco para que suas atitudes
comprometessem seus projetos políticos. Vaidoso que só o diabo, Cabral
desconhece as fronteiras entre o interesse público e as motivações
privadas. Já foi flagrado diversas vezes em atitudes que depõem contra
os mais primários princípios repurblicanos. O último escândalo
envolvendo o seu nome diz respeito à utilização de helicópteros do
Estado para a locomoção sua e de seus parentes para uma casa de veraneio
de sua propriedade. A brincadeira custa aos cofres públicos algo em
torno de 315 mil/mês. Há de se considerar, inclusive, que,
diferentemente dos manifestantes que acampam próximo à sua residência,
Cabral não tem problema de mobilidade. O trajeto de sua residência até a
sede do Governo é feito em apenas 03 minutos. No plano estadual, Sérgio
Cabral é o exemplo mais lúcido do ficha-suja encontrado nas
manifestações de rua. A questão é saber se ele sobreviverá até as
eleições de 2014 ou se cai antes. A ironia é que, enquanto a estudantada está sendo espancada nas ruas em sua luta pelo "passe livre", na realidade, para essa estirpe de políticos ele já existe há um bom tempo.
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