A série de livros escritos por Robert Ludlum, na qual o personagem
principal é Jason Bourne, encontra-se em sua 4º edição transformada em
filme, com a prespectiva de uma quinta filmagem. Faz bastante
sucesso como literatura policial e produção cinematográfica. O último
filme da série é o "Legado Bourne", exibido recentemente por um canal de
TV fechada. No filme é possível perceber toda a engrenagem montada
pelos Estados Unidos para espionar a espionagem em todos os países,
sejam nações amigas ou inimigas do "Grande Irmão", para fazermos uma
alusão a um outro grande autor, o espanhol George Orwell, autor de 1984. Socialista desencantado com os rumos tomados pela utopia de uma sociedade igualitária, Orwell escreveu dois grandes livros sobre o assunto: "1984" e "A Revolução dos Bichos". Orwell jamais poderia imaginar que suas teses contra a violação das garantias individuais observadas nas ditaduras do proletariado poderiam se aplicar, igualmente, entre aqueles paises que se apresentam como democráticos, caso dos Estados Unidos da América. Essas
referências estão vindo a nossa mente quando o Jornal O Globo, trouxe, em sua edição do domingo,
uma série de denúncias de um ex-espião da CIA, onde ele dá detalhes das
operações dos EUA no Brasil, a partir de uma base de operações instalada
em Brasília, onde fica evidente que nossos sigilos pessoais foram
sistematicamente violados, através do uso de e-mails, redes sociais, utilização
de cartão de crédito e conversas telefônicas. Até mesmo os cidadãos
americanos desconhecem a existência da famigerada NSA, uma agência do
Governo Norte-Americano, concebida para tratar da segurança nacional. A
NSA produz milhões de informações todos os dias, acompanhando o passo de
pessoas suspeitas ou simples mortais que postam informações pelas redes
sociais. O presidente Barack Obama já teria declarado que seria
impossível garantir 100% de segurança com 100% de privacidade, numa
clara confissão de culpa. O Governo Americano, no momento em que
pronunciou-se sobre as denúncias do seu agente renegado, a exemplo do Jason Bourne do filme, também afirmou
tratar-se de uma "operação rotineira", em tudo semelhante às que os
outros países realizam em todo o mundo. Desde quando violar
acintosamente a privacidade de alguém, sem autorização judicial, num
suposto Estado de Direito, pode ser considerado "operação
rotineira?". Fico imaginando qual será o destino do agente Edward
Snowden, que se encontra foragido e já é considerado um inimigo para as
agências de espionagem americana. No último filme da série, o "Legado Bourne", o protagonista do filme acaba se recuperando dos ferimentos, num barco, acompanhado de bela médica que cuidava de sua saúde quando ele ainda atuava na agência. A cena se passa naquele belíssimo conjunto de ilhas das Filipinas e não me recordo exatamente qual é a frase que ela pronuncia para ele, mas o posso assegurar que o sinal estava aberto. Mesmo destino desejo ao nosso Edward Snowden.
Nenhum comentário:
Postar um comentário