pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : O caminho de Damasco do governador Eduardo Campos
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quinta-feira, 18 de julho de 2013

O caminho de Damasco do governador Eduardo Campos

 


Por Michel Zaidan

BLOG dos camaradas cariocas dá notícias de mal-estar provocado pela divulgação do encontro do governador de Pernambuco com o ex-presidente da República, Luis Inácio da Silva (LULA).

Segundo o noticiário publicado nas redes sociais, Lula teria convidado o mandatário daqui para sair do PSB, partido do qual ele é presidente nacional e pré-candidato à Presidencia da República, e se candidatar na chapa de Dilma, como vice-presidente.

Ou, caso se tornasse inviável a reeleição da atual Presidenta, ser ele o candidato do PT. Verdade ou não, a notícia causou um reboliço e muito constrangimento dentro do próprio partido do governador.

Afinal, num momento em que se discute (mal e porcamente) a tão necessária e oportuna reforma política, uma proposta como essa vai na contramão de qualquer tentativa séria de aperfeiçoar as instituições políticas brasileiras.

Enquanto o Congresso faz marolas e adia a reforma para vi gir a partir de 2018, os políticos vão se comportando do mesmo jeito, como se nada tivesse acontecido no Brasil, nas últimas semanas.

Pelo visto, a única coisa de certa e líquida é a realização da Copa do mundo, em 2014, e a jornada da juventude, neste mes de julho. No front da política, nada de novo, como dizia o correspondente de guerra.

Mas, onde há fumaça, há fogo - reza o ditado popular.

Para onde vai o governador, depois de ter retirado sua ilustre fisionomia da mídia, durante as manifestações populares e a greve dos condutores de Ônibus? - Onde se escondeu o paladino do novo pacto federativo? Das avenidas do futuro? Da educação tecnológica, de qualidade?

Dos vôos fretados de 5 milhões de reais?

- Atrás do secretário da SDS? Ou estava, contrito e arrependido, na procissão de Nossa senhora do Carmo?

- Provavelmente, reunido com o seu secretário da Prefeitura do Recife, ensinando o novo Pacto com a Vida, que não respeita a livre manifestação da sociedade civil, que criminaliza os protestos sociais, que causa constrangimentos ilegais simples ativistas estudantis?

- Por que o secretário da Prefeitura não age como o gerente da cidade, para o qual foi eleito com a ajuda magnânima do seu chefe estadual?

- Já não há problemas de sobra na cidade (esburacada) do Recife, com postos de saude inundados, para ele resolver?

- Para que assumir responsablidades que são (?) da alçada do governo do Estado? É para oferecer palanque ao chefe?

A população da cidade do Recife e o povo de Pernambuco tem o direito de saber para onde caminha o seu governador.

Vai ele concluir o mandato que lhe foi confiado por duas vezes pelo eleitor, ou fará da administração estadual mero trampolim para suas conveniências eleitorais e partidárias?

- A gestão de um estado como o nosso não pode ser comparado a uma bolsa de apostas políticas, onde o governante fica avaliando ou fazendo cálculos para ver o que é mais lucrativo ou interessante para sua carreira, enquanto se avolumam os problemas no dia-a-dia dos cidadãos anônimos.

O governador, até pode - como fêz a Presidente Dilma, se dá ao luxo de se aconselhar com Nossa Senhora do Carmo, a Padroeira do Recife, não dos governadores, mas o povo precisa de respostas claras, viáveis, objetivas para a resolução de seus problemas, sob pena de buscar as soluções nas igrejas.

Afinal, para onde vai o governador de Pernambuco?



(Publicado originalmente no blog do Jamildo, Jornal do Commércio)
 

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