pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : 35 anos do PT: Um bom debate sobre o seu futuro
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sábado, 7 de fevereiro de 2015

35 anos do PT: Um bom debate sobre o seu futuro

TARSO GENRO
O "golpismo" midiático substitui, num outro contexto, o velho golpe militar: os militares não estão mais para aventuras contra a democracia. Ele cria instabilidade e quer convencer a classe média, principalmente, que as coisas não se solucionam pelos métodos democráticos. Depois, se conseguirem, ferram imediatamente os próprios setores médios, além dos trabalhadores, para promoverem a "austeridade".
Nenhum golpe melhorou a vida dos setores médios ou dos trabalhadores. Não tem saída que não seja solucionar as crises dentro da democracia. A desmoralização da política e dos partidos ajuda a corrupção: faz decair o debate político e permite que a mídia instrumentalize os controles.
A ação direta de partido contra partido, nos atos partidários, é prenúncio de fascismo. Isso gera violência entre diferentes partidos. Devemos, dirigentes partidários, recomendar contra isso, pois pode fazer desandar a democracia e gerar violência. É isso que o golpismo quer!
Incriminação de grupo político, sem definir responsabilidades e provas de autoria, é nazi-fascismo puro. Lembrem-se de Gushiken, Orlando Silva... É o que a mídia está fazendo de novo. PT deve acessar os processos e verificar provas reais, se existem, contra Vaccari e aí tomar medidas.

LUIZ EDUARDO SOARES.
Nesta sexta-feira, dia 6 de fevereiro, a conjuntura política alcançou o ápice da crise, porque o PT, institucionalmente, definiu como golpe a identificação de vínculo entre o partido e a corrupção na Petrobrás. Assumir esta postura significa situar-se no pólo oposto à investigação dirigida pelo judiciário. A aposta foi radical. Se for confirmado o vínculo, o partido cai inteiro no descrédito e na irreversível desmoralização, atraindo para si a culpa dos operadores e se inviabilizando, politicamente. Por que se ousaria um lance assim arriscado e extremo? Só há uma resposta plausível: as lideranças já conhecem os próximos capítulos do roteiro, já sabem que as relações promíscuas com os atos criminosos exibirão enraizamentos profundos, que comprometerão o conjunto do partido. Por isso, terão percebido que não resta alternativa ao tudo ou nada que adotaram. Só restou ao partido tentar politizar os fatos criminais para vacinar a opinião pública quanto ao que virá. Mas o país não é o mesmo depois do julgamento do mensalão. A velha retórica não funciona. O que pode salvar Dilma --um ministério assombrosamente medíocre e fisiológico, que envergonha o país-- não salvará o PT. E agora, Dilma? Não dá mais pra falar em herança maldita. Estão aí a recessão, a inflação, o desemprego, os cortes nos direitos dos trabalhadores, a crise de energia, e o espetáculo da hipocrisia, da pusilanimidade, da mediocridade. E o (des)governo está só começando. O PT precisa urgentemente de um bode expiatório, um inimigo pra agregar a galera e dar ânimo nesse ambiente decadente e ruinoso. Vai ser difícil colar em Sérgio Moro este papel. Quando se olha pra trás e rememora a campanha repulsiva de Dilma, o estômago embrulha comparando aquela vilania, tantas calúnias e mentiras, com a realidade do que ela faz. Que os deuses da história nos protejam. E São Pedro não nos desampare.

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