pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Tijolinho do Jolugue: O significado da saída de Marcelo Neri da Secretaria de Assuntos Estratégicos.
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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Tijolinho do Jolugue: O significado da saída de Marcelo Neri da Secretaria de Assuntos Estratégicos.





Ainda intriga a saída do economista Marcelo Neri da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. No dia 05 de fevereiro foi anunciada a sua saída do órgão, tendo sido indicado para substitui-lo naquela secretaria, com status de ministério, o primeiro ministro do órgão, Roberto Mangabeira Unger. Poderíamos aqui escrever uma longa matéria sobre o assunto, sobretudo pelo fato de ter discutido com nossos alunos algumas teses de Marcelo Neri, um profundo conhecedor das questões relativas às desigualdades sociais no país. Talvez a nossa surpresa se dê exatamente por isso, ou seja, Marcelo Neri, em razão dos seus conhecimentos técnicos e comprometimento político, era um ator importante nas ações estratégicas do Partido dos trabalhadores. 

Antes de assumir a SAE, Marcelo já havia dirigido o IPEA, em substituição ao economista Márcio Pochmann, que deixou o órgão para candidatar-se à Prefeitura de Campinas. Logo depois, teria se submetido a um concurso do órgão, onde passou em primeiro lugar entre 340 concorrentes. Tem uma cadeira cativa de professor na Fundação Getúlio Vargas, onde ministra aulas para alunos de graduação, mestrado e doutorado, além de acompanhá-los nas orientações. Quando foram anunciados os nomes que ocupariam a Esplanada dos Ministérios no segundo governo Dilma, ele foi confirmado no órgão. Eis que, de repente, deixa a secretaria. Acossado por uma série de circunstâncias políticas desfavoráveis é difícil dizer, hoje, o que seria estratégico para o Partido dos Trabalhadores. 

Educação era uma área estratégica, mas foi entregue ao senhor Cid Gomes, atendendo, sobretudo, a um critério meramente de acomodação política. Logo em seguida, foi anunciado o corte de 600 milhões daquela órgão. A tesoura neoliberal não parou por aí e já se anuncia possíveis comprometimentos de algumas políticas sociais, assim como investidas contra os direitos dos trabalhadores. É neste contexto que, talvez, se possa entender a indisposição do Planalto com o economista Marcelo Neri, possivelmente a maior autoridade acadêmica brasileira sobre a nova classe média, até então um segmento social considerado estratégico para o PT. Como afirma o filósofo Renato Janine Ribeiro, Roberto Mangabeira Unger é um intelectual de prestígio internacional, mas sua passagem por aquela órgão careceu de criatividade.

Antes de qualquer outra coisa, a saída de Neri da SAE priva o serviço público de um excelente quadro técnico com profunda sensibilidade social, imprescindível para, até então, um Governo que se propôs a diminuir as profundas desigualdades sociais da sociedade brasileira. Cada vez fica mais difícil de entender essa guinada do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, trocando figurinhas com seus algozes, gente que não tem nenhum compromisso com essas mudanças e abandando fiéis escudeiros como Marcelo Neri.Gostaria muito de saber a quem ela vai recorrer quando esses urubus voando de costa vierem para cima da carniça, como se prenuncia. 


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