publicado em 13 de maio de 2015 às 12:43
por Luiz Carlos Azenha
A revista Época, dos irmãos Marinho, ofereceu a cabeça do ex-presidente Lula na capa. Um factoide imediatamente demolido. Continha, segundo o Instituto Lula, sete mentiras.
Quem leu a íntegra acabou concluindo que Lula foi acusado de criar empregos no Brasil!
Mas, por que a gana da mídia em atacar Lula, forjando inclusive festas de aniversário em Brasília onde as crianças ganhariam ipads de brinde?
Por que os rápidos desmentidos do Instituto Lula, se o ex-presidente nem candidato é?
Trata-se da grande batalha eleitoral de 2016.
Esqueçamos, por um momento, de toda a fumaça que a mídia e a oposição
fizeram em torno de Lula, Dilma e o PT desde 2002. Estes conquistaram
três vitórias eleitorais apesar da fumaça, em 2006, 2010 e 2014.
Porém, algo distinto aconteceu em 2014. O PT viu encolher sua bancada
no Congresso. Dilma venceu por margem apertada. A inépcia política
permitiu que um peemedebista de oposição conquistasse a presidência da
Câmara. A crise econômica solapou a base de sustentação de um projeto
umbilicalmente ligado ao poder de consumo. A crise geral de
representação se aprofundou depois dos protestos de julho de 2013.
Mensalão + petrolão, bombardeados de forma incessante, corroeram a
crença popular no PT.
Os colunistas da mídia hegemônica acreditam uns nos outros. Por isso,
vivem decretando o fim de Lula e do PT. É certo que o partido se
distanciou de suas bases, se burocratizou em torno dos mandatos e se
jogou nos braços do marketing eleitoral. Porém, ninguém chuta cachorro
morto.
Se de fato o PT e Lula tivessem morrido, não haveria a onda de
acusações contra o ex-presidente. O fato é que ele é, ainda, o grande
cabo eleitoral. Talvez o único capaz de disputar os votos da periferia
de São Paulo em igualdade de condições com Marta Suplicy.
É disso que se trata, caros leitores. Estamos às vésperas de uma
campanha definidora para o futuro do PT: a da reeleição de Fernando
Haddad. Marta, que bandeou-se para o outro lado, pode dar ao tucano
Geraldo Alckmin o verniz inclusivo de que ele precisa para disputar o
Planalto em 2018. Enfim, um tucano tolerante, convivendo no mesmo barco
com uma socialista.
Lula não está sendo atacado como candidato ao Planalto em 2018, mas por ser o principal cabo eleitoral de Haddad.
O resto é a fumaça de sempre.
(Publicado originalmente no site Viomundo)
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