pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Tijolinho Real: A doença de Marco Maciel.
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segunda-feira, 11 de maio de 2015

Tijolinho Real: A doença de Marco Maciel.




O filósofo alemão, Friedrich Nietzsche, num dos parágrafos mais famosos  do seu livro Além do Bem e do Mal, enfatiza que toda palavra é uma máscara e todo o discurso é uma fraude. Muito mais do que importante para algum ramo das ciências sociais, trata-se de um ensinamento importante para vida. Devo confessar que nunca fui muito sensível ao estilo de escrever do filósofo alemão. Fui apresentado a ele através de um outro filósofo, este francês, Michel Foucault,​ sobretudo em razão da leitura de suas famosas conferências no Collége de France. Invariavelmente, Foucault cita Nietzsche, enfaticamente quando trata dessa questão do discurso. 

Essas considerações preliminares nos vem à tona em razão das contradições por trás da figura política do ex-senador Marco Maciel. O político pernambuco figura aqui entre os mais respeitados estudiosos da doutrina liberal no Brasil, ao lado de José Guilherme Merquior. Uma contradição profunda para um político que sempre esteve alinhavado com o fortalecimento do poder de Estado e a supressão das liberdades individuais, durante o Regime Militar de 1964, no Brasil. Marco Maciel fez carreira na estufa da ditadura militar, sendo nomeado, no período, Governador do Estado de Pernambuco, além de outros cargos de relevância na República. Os embates com o ex-senador Marco Maciel foram intensos aqui pelos espaços que ocupamos no blogosfera. Sobre a sua última derrota nas eleições para voltar ao Senado Federal, escrevemos um longo artigo sobre o assunto.

O ex-senador, entretanto, está muito doente e, nessas horas, devemos incorporar outros princípios que orientam a nossa conduta. Do ponto de vista político, não retiro uma palavra do que afirmei sobre ele aqui pelo blog. Estranhava, entretanto, a sua ausência do campo político - para usarmos uma expressão de Pierre Bourdieu - onde ele atuava com notável desenvoltura. Nunca tive a oportunidade - e também faltava o interesse - de conhecê-lo pessoalmente, mas, dizem, trata-se de um cidadão de uma boa conversa, habilidoso articulador. Deve ser mesmo. Nunca fez outra coisa na vida além da política. Parece que nasceu para o mitiiê. Era o tempo todo com o telefone, fazendo contatos, com um link aberto permanentemente com suas bases. Algo nos informava que o ex-senador não ia muito bem. Agora vem a confirmação de que ele fez tratamento do mal de Alzheimer, em Brasília. Este é o momento de esquecer as diferenças políticas e emprestar solidariedade à família, torcendo pelo restabelecimento da saúde de Marco Maciel. Este é um assunto tabu aqui no Estado. Ninguém comenta sobre o mesmo.  

Nos últimos dias, li algumas notícias alvissareiras do progresso da medicina tratamento desta doença, mas ela é terrível. Atinge o disco rígido do indivíduo, apagando de sua memória até as questões mais cruciais, como as relações de parentesco. É pior do que a morte.    

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