Este país tem algumas coisas curiosas. Nos Governos de Luiz Inácio Lula da Silva os bancos nunca lucraram tanto. Penso que a lógica se repetiu no Governo de Dilma Rousseff, ou seja, o grande capital sempre escapou incólume, mesmo nos governos da coalizão petista. Agora a tesoura do Joaquim Levi procedeu cortes profundos no orçamento, algo em torno de 69,9 bilhões, 13% dos quais apenas na pasta da Educação. Gostaria muito de saber como o Renato Janine vai se arranjar. De alguma forma, esses cortes já estão repercutindo nas IFES, algumas das quais com indicativo de greve. Por aqui, as duas federais resolveram não aderir à paralisação, acredito que muito em razão do saldo positivo que os governos da coalizão petista ainda possuem junto à comunidade acadêmica. Mas há de se perguntar: por quanto tempo? O que se comenta nos bastidores é que o ex-ministro da pasta da Fazenda, Guido Mantega, já havia deixado instruções nos sentido de taxar as grandes fortunas, o que envolveria algo em torno de 200 mil contribuintes. Segundo cálculos da assessoria do Senado Federal, a arrecadação chegaria a 6 bilhões por ano. Um montante nada desprezível, proporcionalmente o equivalente ao que o Governo pretende economizar com as mudanças no Seguro Desemprego. Por alguma razão, Joaquim Levi recuou da proposta. Só consigo imaginar que, provavelmente, foi uma determinação da própria presidente, quiçá, preocupada em não criar mais arestas ao seu Governo, já tão fustigado. Não sei, mas, assim como ela peitou a recondução de Janot para a PGR, também deveria ter peitado a cobrança sobre essas grandes fortunas. Dava um refresco para nós, do lado de cá, que torcemos tanto por ela.
A charge é de Renato Aroeira, publicada hoje, no Jornal Brasil Econômico
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