Dois livros nos chegaram às mãos, ainda na adolescência, acredito que por razões contingenciais. Já nascemos utópicos e continuamos assim até hoje. A Pedagogia do Oprimido e a Geografia da Fome. O primeiro, do educador Paulo Freire, e o segundo, do sociólogo Josué de Castro. Deram o balizamento de nossas posições sociais até hoje, mesmo que entremeadas por uma série de outras leituras, algumas delas até criticando esses autores. É aquela história do "divisor de água" ou da nódoa de caju. Não há mais como nos afastarmos de sua influência. Quem acompanha as nossas postagens aqui pelo Face ou pela blogosfera sabe muito bem do que estamos falando. Paulo Freire ainda alcançou a descompressão do regime militar e, consequentemente, ainda conseguiu ser reabilitado, voltou a dar aulas, orientar teses e dissertações, assumiu cargos públicos. Reabilitado no Brasil, uma vez que conquistou o reconhecimento internacional pelo seu trabalho. Josué de Castro não teve a mesma sorte. Morreu no exílio, em Paris, deprimido, implorando para voltar ao país. Os jornais brasileiros foram proibidos de anunciar sua morte. Barbosa Lima Sobrinho, que passava pelo local, é quem encarregou-se de fazer as honras, ao saber de quem se tratava. Por falar em reabilitação, O Papa Francisco vem se notabilizando como o Papa da reabilitação. Conversou com todos os principais expoentes da Teologia da Libertação. Recentemente, beatificou o arcebispo de San Salvador, Dom Oscar Romero. Agora, ficamos sabendo que recebeu a viúva de Paulo Freire no Vaticano, a quem informou ter lido a sua obra seminal, a Pedagogia do Oprimido. Vou cometer uma outra heresia para os católicos, mas, bem aqui para nós, que Papa da cacete!
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