José Luiz Gomes
A nossa fé na democracia é algo tão profunda que, não raro, nos recusamos a discutir o seu fim. Mas, por outro lado, já faz algum tempo que não temos motivos para este otimismo. Um regime que antes se orgulhava de apresentar-se como um governo do povo, pelo povo e para o povo, como informava o editor do jornal Le Monde Diplomatique, Sílvio Caccia Bava, tornou-se um governo das grandes corporações, pelas corporações e para as corporações, principalmente as grandes corporações financeiras. Diante deste fato, ainda é possível falarmos "naquela democracia" ou ela descaracterizou-se de tal modo que nos contingenciam a tratá-la de uma outra maneira? Mesmo diante de nossa capenga experiência democrática, já havia aqueles pensadores que demonstravam uma impossibilidade estrutural da mesma consolidar-se entre nós. Isso quando a nossa referência eram os pressupostos básicos de uma democracia liberal.
A nossa fé na democracia é algo tão profunda que, não raro, nos recusamos a discutir o seu fim. Mas, por outro lado, já faz algum tempo que não temos motivos para este otimismo. Um regime que antes se orgulhava de apresentar-se como um governo do povo, pelo povo e para o povo, como informava o editor do jornal Le Monde Diplomatique, Sílvio Caccia Bava, tornou-se um governo das grandes corporações, pelas corporações e para as corporações, principalmente as grandes corporações financeiras. Diante deste fato, ainda é possível falarmos "naquela democracia" ou ela descaracterizou-se de tal modo que nos contingenciam a tratá-la de uma outra maneira? Mesmo diante de nossa capenga experiência democrática, já havia aqueles pensadores que demonstravam uma impossibilidade estrutural da mesma consolidar-se entre nós. Isso quando a nossa referência eram os pressupostos básicos de uma democracia liberal.
Hoje, quando as políticas neoliberais apresentam-se com uma face das mais cruéis - a dos ajustes fiscais, assédio aos direitos e endurecimento do poder político - há quem jogue a toalha e não veja qualquer possibilidade de convivência dessa plataforma econômica sob um regime democrático. Cabe aqui uma pergunta: que tipo de democracia comportaria a implementação dessas políticas neoliberais. Daí se entender a "necessidade" dos golpes do século XXI. Diante de uma plataforma democrática - e, portanto, negociada com a população - essas medidas serão amplamente rejeitadas. (...)
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