Recentemente, o juiz eleitoral encarregado de analisar as contas de campanha de reeleição do prefeito Geraldo Júlio, rejeitou-as, inclusive fazendo observações duras sobre as mesmas, onde aparece inúmeras irregularidades, como ausência de emissão de nota fiscal em algumas transações, empresas de fachadas e até virtuais. Numa dessas supostas "empresas", ainda hoje está estampada na fachada que se trata de uma casa de sucos. São muitas as irregularidades, o que contingenciará o futuro prefeito a dar muitas satisfações à sociedade recifense. Importante salientar que o juiz emite sua sentença a partir de pareceres construídos por técnicos do tribunal eleitoral, que apontaram essas irregularidades. O prefeito irá tomar posse, mas terá um imbróglio jurídico e político pela frente, com o qual terá que conviver durante a sua gestão.
Se isso ainda não fosse suficiente, nos últimos dias o prefeito tomou conhecimento de que passou à condição de investigado no STF, em razão do acatamento de um pedido da Procuradoria-Geral da União, através do procurador Rodrigo Janot, em razão de possíveis irregularidades na construção da Arena da Copa, numa época em que ele atuava como um dos gestores estatais do projeto na parceria público privada. Outro que também assume o status de investigado é o hoje governador do Estado de Pernambuco, Paulo Saraiva Câmara, que dividia com ele essa responsabilidade, na gestão de Eduardo Campos. É incrível a reação dos homens públicos aqui da província quando são cobrados sobre a sua gestão. Quando a Polícia Federal realizou operações aqui no Estado, denominada por eles de Fairplay, envolvendo a denúncia de desvios gigantescos de recursos através daquela obra, um simples artigo levou o mandatário estadual a mover uma interpelação judicial contra o cientista político Michel Zaidan Filho.
Agora, com a substantivação da aceitação do STF das denúncias da Procuradoria Geral da República, é nítida a impressão de que muitas coisas terão que ser devidamente explicadas. Apenas para relembrar, a Polícia Federal falava em desvios da ordem de R$ 42 milhões, concluindo que uma "quadrilha especializada" em roubar o erário atuava no Estado.Em meio a esta turbulência institucional e o país numa iminente convulsão social, o governador convida as Forças Armadas para atuarem na segurança pública do Estado. Não vamos aqui voltar a falar sobre o desacerto da medida, uma vez que escrevemos um longo editorial sobre o assunto, publicado aqui no blog. Os problemas de segurança pública no Estado estão se agravando desde meados de 2013. Certamente isso não está sendo bem visto pelos governistas, mas até a oposição está se oferecendo para participar do Pacto pela Vida. Não vejo nenhum problema nisso. Afinal, em questões de segurança publica, que envolve toda a sociedade, atores estatais e privados, os três poderes devem articular ações conjuntas em busca de sua solução para o problema. Pelo andar da carruagem política, o ano de 2016 é um ano para ser esquecido pelos "técnicos" socialistas.
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