O prefeito do Recife, Geraldo Júlio(PSB) anunciou uma reforma administrativa com o propósito de cortar despesas da máquina municipal. Anuncia que, das atuais 24 secretarias, apenas 15 serão mantidas, numa expectativa de que algo em torno de 81 milhões possam ser economizadas, por ano, com o custeio da máquina. Já se tinha uma expectativa de que algo precisava ser feito, uma vez que ocorreu, nos últimos anos, uma espécie de "inchaço" na administração municipal, fruto, em alguns casos, de acomodações políticas. A princípio, uma medida saneadora e salutar, sobretudo se considerarmos a conjuntura econômica que o país vem atravessando. O problema, como observa a Deputada Estadual Priscila Krause(DEM), é quando se faz essas contas. Tira-se daqui, mexe-se ali, extingue-se tais e quais secretarias, mas criam-se novas nomenclaturas de assessorias especiais que, no final, cumprem o exclusivo papel das inevitáveis "acomodações" políticas.
Difícil entender, conforme observa a Deputada, que essa reestruturação administrativa do organograma da Prefeitura da Cidade do Recife não apareça, concretamente, na extinção dos famosos DAS, ou seja, os cargos de Direção de Assessoramento Superior. É curiosa essas composições de "Assessorias Especiais". De tão especiais, elas estão se tornando comuns, em razão de sua banalização pelos gestores públicos, que as utilizam apenas, como disse antes, para as "acomodações" políticas de ocasião. São ex-prefeitos, lideranças políticas regionais, políticos em fim de carreira. Ninguém com este perfil assim, digamos, "tão especial". O ex-governador Eduardo Campos, naqueles tempos, teria pensado esse grupo como uma espécie de elite da gestão pública. Gente jovem, com currículos brilhantes, capazes de conceber, monitorar e concretizar políticas públicas de impacto na máquina, com reflexos positivos para a sociedade. Mas, logo, em função das injunções políticas, essa ideia inicial foi sendo descaracterizada.
Feita as contas, como bem observa a atuante Deputada Priscila Krause, no mínimo, seria de bom alvitre que essa possível economia que seria produzida na máquina pública municipal apresentasse um "indicador" mais objetivo, sob pena de parecer apenas uma maquiagem contábil, sem maiores consequências. Como a extinção de nove secretarias não se refletem, concretamente, na redução drásticas dos famosos DAS? Curioso isso, não? Muito pertinente, portanto, os questionamentos formulados pela Deputada Priscila Krause. Priscila integra um partido, o DEM, que hoje se coloca como de oposição à gestão municipal, mas faz uma oposição substantiva, consistente e consequente.
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