O ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, acatou uma consulta do partido Rede Sustentabilidade e concedeu liminar afastando o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros(PMDB), de suas funções. Semana passada Renan Calheiros havia se tornado réu naquela corte, acusado de crime de peculato o que, juridicamente, tornava-se incompatível com o exercício do cargo. O caso ainda será analisado com mais calma pelos demais integrantes daquela corte, mas, a rigor, a liminar do ministro Marco Aurélio de Mello pode ser confirmada, uma vez que há um conflito aberto entre o STF e o poder legislativo, representado aqui pelo Senado Federal.
Com já disse em outras ocasiões, mas não custa repetir, nosso sistema político é mais sujo do que pau de galinheiro. Na realidade, o senhor Renan Calheiros, a rigor, nunca reuniu as mínimas condições de estar presidindo aquela Casa, assim como Eduardo Cunha, que presidia a Câmara Federal. Renan responde a diversos processos, pelos mais diferentes motivos. Como brinca o cientista político pernambucano, Michel Zaidan Filho, até aquela sua cabeleira é falsa, posto que o implante capilar pode ter sido custeado com dinheiro do erário. Creio que somente num país como o nosso fatos dessa natureza tornam-se possíveis. O líder do Governo Temer naquela Casa, senador Romero Jucá, é outro que responde a 07 processos, inclusive na Lava Jato, mas o seu chefe considera a coisa mais natural do mundo que ele articule os pleitos governamentais junto aos seus pares naquela instância legislativa.
Acabei de ler uma entrevista com o ex-ministro da Secretaria de Comunicação do Governo Lula, Franklin Martins, onde, entre outras coisas, ele volta a falar nas grandes reformas que os governos da coalizão petista não conseguiram realizar. Entre elas, a reforma política e a que tratava de democratização da mídia. Quanto àquela que ficaria afeita à sua pasta, segundo ele, foi feito o dever de casa, embora não tenha avançado por injunções políticas conhecidas. A reforma política foi outra que não avançou nos governos da coalizão petista. Paga-se um preço alto até hoje por isso. Em certa medida, o PT muito mais que assimilou o status quo político do que tentou mudá-lo.
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