Há muitas especulações em torno deste assunto, mas vamos permitir que a Polícia Federal, que realiza um trabalho merecedor do reconhecimento da sociedade brasileira, tire suas conclusões sobre o que ocorreu em Brasília, no último dia 13, onde ocorreram explosões nas praças dos Três Poderes, perpetradas pelo senhor Francisco Wanderley Luiz, que acabou cometendo suicídio. A versão de integrantes do governo Lula e do Judiciário é uma, a versão dos bolsonaristas é outra, completamente divergentes. O consenso é que estamos mergulhado numa baita crise institucional, num terreno pantanoso, onde exige-se a manutenção do equilíbrio emocional e político para atravessá-lo.
Hoje, dia 15, a imprensa já mostra um outro caso, desta vez de um hacker, que estaria postando mensagens semelhantes ao do senhor Francisco Wanderley Luiz, que, no caso, acabou concretizando suas ameaças, inclusive assinalando a data do evento e o que pretendia. Nove foras os problemas emocionais do senhor Francisco, num ponto um dos ministros do STF tem razão ao afirmar que algumas correntes ou atores políticos conhecidos passaram a estimular ou incitar tais comportamentos. Posam de democratas, mas trata-se apenas de bravatas. Defendem uma democracia de conveniência, onde somente eles podem ganhar o jogo eleitoral. Jogadores com este perfil, realmente, precisam ser excluídos da peleja. Aliás, sequer chamados a participarem, como se fazia em nossas peladas da infância.
Não operam com a incerteza inerente ao processo democrático, conforme advertia o cientista político polonês Adam Przeworski. Não se pode banalizar um golpe de Estado, como alguns atores políticos pretendem, decretando anistia, passando uma borracha como ocorreu em relação à ditatura militar de 1964, quando grandes violadores dos direitos humanos no país, capazes de cometer atrocidades que deixariam Johnny Abbes García abismado, tenham passado desta vida para outro plano palitando dentes e jogando dominó em clubes conhecidos. É preciso que os cidadãos e cidadãs que atentaram contra as instituições democráticas do país conhecem o ônus pesado da justiça. Havia um rebanho que foi apenas incitado, mas, por outro lado, não há a menor dúvida de que esteve em curso um projeto autoritário. O ato de Brasília interrompe uma discussão que, a rigor, nunca deveria ter sido aberta.
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