O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União está solicitando a suspensão dos salários dos implicados pela Polícia Federal na tentativa de golpe de Estado. Salvo melhor juízo, o bloqueio de bens do ex-presidente também já teria sido solicitado, pelo mesmo motivo, uma vez que o ex-mandatário está entre os nomes indiciados pela PF. Um jornal aqui do Estado de Pernambuco, em sua matéria de capa, traz a manchete dando conta de que o ex-ajudante de ordens da Presidência da República, sob o comando de Jair Bolsonaro, uma testemunha chave daqueles fatídicos acontecimentos que se propunham a abalar os alicerces de nossas instituições democráticas - que nunca foram tão sólidos - teria confirmado a anuência do ex-presidente Bolsonaro nessas tessituras golpistas, inclusive que ele sabia sobre o plano para assassinar autoridades da república.
A rigor, não há certeza absoluta sobre os pontos soltos emendados pelo ajudante de ordens nessa audiência com o Ministro Alexandre de Moraes. Sabe-se, no entanto, que o diálogo foi produtivo, uma vez que ficou mantido o acordo de delação premiada celebrado entre o oficial e a Polícia Federal. A quebra desse acordo produziria inúmeras implicações, além da revogação de sua liberdade. Salvo melhor juízo, teria implicações até entre os familiares do oficial. A Polícia Federal já havia recomendado que o acordo fosse desfeito, depois que percebeu esses fios soltos.
O bolsonarismo é um cancro terrível, que conseguiu espalhar seus tentáculos por amplos segmentos da sociedade brasileira, todos cooptados para um projeto comum, que seria transformar a sociedade brasileira numa Autocracia S\A, se considerarmos que seus membros mais diletos já vinham acumulando riquezas incompatíveis com seus rendimentos. O modelo descrito pela jornalista Anne Applebaum, em textos como O Crepúsculo da Democracia, caem como uma luva no modelo de autoritarismo que estava em gestação no país. Um ponto comum entre esses algozes da democracia é o enriquecimento pessoal.
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