Durante a semana, tivemos acesso a uma matéria onde se informa que a Polícia Federal pode rever o acordo de delação premiada celebrado com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. O motivo? Peritos do órgãos teriam verificado que o ex-ajudante de ordens poderia ter apagado algumas mensagens do seu aparelho de celular. A data de 11 de outubro, quando ocorreram aquelas explosões na Praça dos Três Poderes, em Brasília, pode ser elencada entre as datas importantes para entendermos o desenrolar de alguns fatos emblemáticos para o país, no contexto de uma instabilidade política que começou a ser construída a partir das chamadas Jornadas de Junho, quando os grupos de extrema-direita tomaram as ruas dos movimentos populares, num movimento planejado e orquestrado, produzindo consequências nefastas para as nossas instituições democráticas até os nossos dias.
Francisco Wanderley Luiz é reflexo deste momento delicado que o país atravessa, em pleno ativismo político desses grupos extremistas, praticamente hegemônicos em suas redes sociais, com apoios efetivos em segmentos sociais, independentemente da classe, pelo que se depreende, pois temos agora o fenômeno do pobre de direita, além de segmentos religiosos, seja entre os protestantes, seja em núcleos conservadores da Igreja Católica. Alguém tem alguma dúvida de que Francisco utilizava algumas horas do seu dia para trocar mensagens nessas redes sociais com parceiros de grupos afins?
O rapaz passava por um momento de transtorno mental. Cometeu suicídio, fato que merece a nossa atenção. Existe uma matéria onde atribui-se à sua esposa a informação de que o quadro de saúde mental teria se agravado quando o Jair Bolsonaro perdeu as eleições presidenciais de 2022. Não gostamos muito da expressão, mas, por outro lado, não há como negar que Francisco é reflexo desse caldo laboratorial instaurado no país por esses grupos de extrema-direita. Isso é real. Antes trata-se de uma teoria da conspiração. Se Francisco agiu sozinho ou em conjunto é outra questão. Se havia ligações orgânicas suas com extremistas, outra questão. Mas não restam dúvidas sobre o efeito dessas pregações de ódio sobre a sua atitude.
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