pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Um pacote mais político do que econômico.
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sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Editorial: Um pacote mais político do que econômico.


Definitivamente, a pasta da Fazenda não está fazendo bem ao ministro Fernando Haddad. É notório o seu desconforto, até mesmo na aparência física. É curioso como entre todas as leituras que realizamos sobre o pacote anunciado até este momento - do Beco da Fome à Faria Lima - Sugere-se algum pessimismo em relação às medidas anunciadas no dia de ontem, 27, pelo Ministério da Fazenda e Planejamento, indicando, em última análise, uma vitória da área política do Governo Lula3. Juntaram uma coisa com outra, embaralharam as cartas, dando a entender que não há um encaminhamento concreto em relação àquelas medidas que se impõem pelas contingências de um país que estuporou ao limite do possível e encontra-se com as suas finanças em frangalhos. 

Esse negócio de cortar gastos, definitivamente, não combina com Lula. Há uma pirotecnia narrativa com o propósito de esconder as reais intenções do governo, ou seja, não há intenções de proceder um corte drástico de gastos, distanciando-se das diretrizes da condução da política econômica que sempre caracterizou o Partido dos Trabalhadores. A Faria Lima reagiu de imediato, elevando a cotação do dólar às alturas, atingindo um índice superior aos R$ 6,00. No day after, embora tenha afirmado que não se pode gastar mais do que se arrecada, o morubixaba petista anuncia um amplo programa de desfavelização do país. A cadeia concedida a Haddad, em rede nacional, por outro lado, pode sinalizar um eventual prestígio do pupilo na disputa presidencial de 2026. Caso Lula não esteja no páreo. 

O melhor seria fazer algum sacrifício agora para manter a casa de ordem depois. No entanto, a tese de que esses ajustes econômicos representariam um suicídio político deve ter prevalecido. Certamente, a ala ideológica não deve ter feito um grande esforço para convencer o líder petista. A pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, que aponta uma ligeira vantagem do ex-presidente Bolsonaro - encrencado até o pescoço - sobre Lula, numa eventual disputa eleitoral entre ambos, concebe-se a partir de uma insatisfação das classes C e D com os rumos da economia do país. A expectativa, naturalmente, é que este quadro possa ser revertido até 2026. Será? 

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