Até recentemente, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, precisou adiar uma viagem que fazia à Europa e voltar ao país imediatamente, segundo dizem, em razão da alta do dólar. Ele voltou e entrou numa verdadeira maratona no Palácio do Planalto com o propósito de convencer o morubixaba petista e os seus colegas de ministério sobre a necessidade urgente de proceder os cortes necessários no sentido de equilibrar as contas públicas. A proposta não foi bem recebida pelos ministros, que moveram montanhas para que tais cortes não incidissem sobre as suas pastas. Dizem que os diálogos foram acirrados, tendo alguns deles ameaçados, até, em pedir demissão dos cargos, como foi o caso dos Ministros da Previdência, Carlos Lupi, e do Trabalho, Rogério Marinho.
Os atritos com a Casa Civil, que já vinham de algum tempo, apenas se agravaram. Lula, por sua vez, segue a cartilha econômica temerária do PT, à qual o ex-governador Ciro Gomes já se referia durante a última campanha presidencial. Com uma mão, anunciou que é preciso não gastar mais do que se arrecada, com a outra anunciou um ambicioso programa de desfavelização do país. O morubixaba petista até chorou ao anunciar o novo programa, numa evidência de que ele se sente mais à vontade mesmo no Beco da Fome do que na Faria Lima. Seja lá o que vier pela frente. Apertem os cintos.
Este cabo de guerra entre as alas da economia e planejamento, de um lado, guerreando com amplos setores políticos e ideológicos da legenda, do outro, segundo observo, definem, do lado do Governo Lula3, as armas para a disputa das eleições presidenciais de 2026. Lula é candidatíssimo e o Fernando Haddad corre até mesmo o risco de não continuar no cargo, como se presume pelas articulações políticas do Planalto com o Legislativo e com os partidos políticos, que impõem a necessidade de incorporação de novos atores na Esplanada dos Ministérios.
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