Hoje, 30, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma ligação para o escritor Itamar Vieira, autor do premiado livro Torto Arado. O livro do escritor baiano é ambientado numa comunidade quilombola da cidade de Lençóis, na Bahia, comunidade conhecida como Iúna, assim como toda terra negra, sujeita às investidas violentas dos homens brancos. A ligação tem um simbolismo, posto que o escritor, recentemente contemplado com mais um prêmio Jabuti, é oriundo daquelas terras negras.
O presidente Lula assinou um decreto desapropriando terras pertencentes a 15 comunidades quilombolas, entre as quais a de Lençóis. Difícil dizer se o gesto irá melhorar o humor das comunidades quilombolas em relação ao presidente Lula. Durante a semana, o dirigente do MST, Pedro Stédile, um aliado do governo, emitiu algumas considerações duras sobre os equívocos do presidente em relação à sua base histórica de apoio político, a começar pelo próprio MST, que considera bastante tímidas as medidas tomadas em relação aos assentamentos de reforma agrária.
Existem algumas questões no país onde se sugere que os avanços, mesmo no governo com um perfil como o do PT, serão sempre pontuais. Um deles é a reforma agrária. O tempo que Lula está no governo, se desejasse mesmo, já seria suficiente para ter resolvido este problema. Outro gravíssimo problema diz respeito ao número expressivo ainda de analfabetos adultos, que superam os dez milhões de pessoas, sobretudo concentrado num dos redutos políticos do PT, o Nordeste.
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