Não faz muito tempo, o assunto era uma espécie de ABIN paralela, que continuou operando no início do Governo Lula3, que tinha como objetivo, suspeita-se, monitorar os passos de desafetos do Governo Bolsonaro nos Três Poderes. A lista divulgada envolvia inúmeras autoridades, de onde se conclui que os tentáculos poderiam se estender para outras esferas, atingindo os simples mortais. O Brasil, durante o Governo Bolsonaro, passou por um processo de militarização do Estado, um precedente perigosíssimo, que envolveu desde a burocracia da máquina pública e estendeu sua influência sobre as polícias estaduais, dada as condições de permeabilidade política. Estamos tratando aqui de um terreno fértil, uma vez que contingentes expressivos de militares são simpáticos ao bolsonarismo. Não deve ser por acaso que integrantes da corporação policial do Distrito Federal estão sendo arrolados como lenientes com o que ocorreu no dia 08 de janeiro.
Alguns governos estaduais, hoje controlados por governadores de oposição, se antecipam em comunicar que não aceitarão as diretrizes emanadas pelo Governo Federal no tocante à segurança pública. Uma situação sensivelmente preocupante. Algumas medidas foram tomadas para reinstitucionalizar a máquina e o aparato de segurança e inteligência, mas de forma ainda tímidas e insuficientes, sobretudo se considerarmos a vulnerabilidade em que foram jogadas essas instituições durante tal processo de militarização. Até mesmo servidores do quadro efetivo\técnico da ABIN, diante do desgaste da imagem da instituição, sugeriram que fossem tomadas medidas saneadoras mais efetivas.
O que se pode concluir, em princípio, é que a margem de manobra do Governo Lula3 continua cada vez mais estreita e limitada. Aceitou, por exemplo, emprestar o apoio político ao projeto de eleger Hugo Motta para a Presidência da Câmara dos Deputados, alguém da escola de Eduardo Cunha, o que se constitui numa temeridade. Lula ganhou, mas não levou. Essa é a verdade. Depois das gafes, agora é a vez de a Polícia Federal prender agentes públicos que estariam envolvidos na segurança do G-20.
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