pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Plano para assassinar Lula deu no New York Times.
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terça-feira, 26 de novembro de 2024

Editorial: Plano para assassinar Lula deu no New York Times.



Há alguns trabalhos acadêmicos insuperáveis ao abordarem determinados assuntos. Temos a nossa lista por aqui, mas não é este o caso. Faremos menção, tão somente, a um trabalho de fôlego, realizado pelo historiador e cientista político uruguaio René Armand Dreifuss, sobre o golpe civil-militar de 1964, intitulado: 1964: A Conquista do Estado, um calhamaço de 900 páginas, onde o pesquisador faz uma verdadeira autópsia do que foi o engendramento político\militar\econômico que resultou no golpe de 1964. O livro é uma tese de doutoramento do autor, estudo realizado na Universidade de Glasgow, na Grã-Bretanha. Dreifus ensinou em várias universidades brasileiras, entre as quais a Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal Fluminense e Universidade de Campinas.  Dreifuss já vinha se dedicando aos estudos sobre o sistema de poder no país, assim como a dinâmica das Forças Armadas e do empresariado, articulados com os interesses geopolítico internacional. Dreifuss utiliza-se de categorias teóricas do marxista italiano Antonio Gramsci. 

Há unanimidade, até mesmo entre os acadêmicos, embora conhecendo-se  a fogueira das vaidades neste campo, que se trata do melhor trabalho de pesquisa científica já produzido sobre o assunto. Na nossa opinião, sem nenhum demérito ao trabalho de Dreifuss - apenas como recomendação a quem se interessar pelo assunto - apontaria a série de livros produzidos pelo jornalista Élio Gaspari. Diferente de Dreifuss e outros pesquisadores sobre este assunto, Gaspari teve acesso aos melhores arquivos dos norte-americanos sobre o tema. Aqui, como se sabe, além das dificuldades, há controvérsias até mesmo sobre esta memória. Em alguns casos, os arquivos foram perdidos através da autocombustão. 

No livro de Dreifuss, que chega a comprometer o posicionamento político de uma grande escritora regionalista, por supostas ligações com os militares, há uma referência a um magnata da imprensa brasileira, dono de um dos nossos principais jornais da grande imprensa, que, um pouco antes da decretação do golpe de 1964, em banquetes na Casa Branca, praticamente implora pela materialização golpista que desenhava no país.  Há outro jornal, que costumava emprestar apoio logístico ao golpe, cedendo seus carros de entrega de jornais para as operações de repressão dos  militares. 

Hoje, 26, repercute bastante nas redes sociais uma matéria do jornal The New York Times sobre o plano golpista no país, que tinha, entre seus objetivos o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No Brasil, a reiterada narrativa negacionista sobre o assunto não convence ninguém, nem mesmo os bolsonaristas mais renhidos. Fomentou-se um ambiente político favorável a um atentado ao Estado Democrático de Direito, com ações coordenadas, realizadas em diversos etapas. Felizmente, nenhuma delas tornou-se exitosa. Ou por falha humana, ou por perca do timing - como sugere um áudio que anda circulando nas redes sociais, atribuído ao ajudante de ordens - ou por capilaridade e apoio junto a setores estratégicos entre os militares.  

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