pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: "Eu não confio é no guarda da esquina".
Powered By Blogger

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Editorial: "Eu não confio é no guarda da esquina".


Durante os estertores do recrudescimento do regime militar, caracterizado pela decretação do AI-5 - o famigerado Ato Institucional nº 5,  que representou um golpe dentro do golpe, fomentado pelos militares da linha dura - ocorreu um diálogo entre a cúpula militar e o então deputado federal Pedro Aleixo, que se mostrava contra aquela medida extremada. Pedro Aleixo era da ARENA, mas, por certo, um homem público consequente. Questionado sobre se não confiava na junta militar, Pedro Aleixo respondeu que "Não confiava mesmo era no guarda da esquina." Naquela ocasião, Pedro Aleixo foi o único parlamentar a votar contra o AI-5.  

Esta expressão do Pedro Aleixo é recorrentemente utilizada aqui no blog, sempre que enfrentamos esses momentos de crise política, onde o fantasma do autoritarismo volta a rondar os corredores de Brasília. Nós temos um ex-presidente que tem fala de golpista, atitudes de golpista, cerca-se de golpistas e não assume que é golpista. Um desses implicados nessa última operação da Polícia Federal, denominada de Contragolpe, acabamos de saber pelos nossos canais, que é um desses aloprados, sem o menor pudor em defesa das instituições do Estado Democrático de Direito, que ele, a rigor, foi investido do cargo para proteger,  conforme afirmou no dia de ontem, 20, o Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. 

Sabe-se que ele andou ameaçando jornalistas e chegou a tentar sequestrar um deles, vinculado às organizações Globo. São esses aloprados que tanto preocupava o ex-parlamentar Pedro Aleixo, quando se referia aos guardas da esquina, que saem por aí violando direitos, cometendo delitos e extrapolando suas funções quando percebem na atmosfera política essa licenciosidade ou permissividade inerentes aos regimes de perfil antidemocráticos.  Daí a necessidade de todos os nossos esforços em defesa das instituições democráticas, o que significa, igualmente, punir com o mesmo rigor esses transgressores. 

O mal causado pelo período que antecedeu o Governo Lula foi de tal monta tão danoso para as nossas instituições democráticas que pagamos um preço alto até hoje. A situação, na realidade, é tão crítica que o Governo Lula3 não reuniu as condições efetivas de enfrentá-la. Infelizmente, já existe um grau de comprometimento de nossas instituições, o que significa dizer que, assim como ocorreu em 2022, quando se planejou a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, essas ervas daninhas poderão voltar a florecer, caso medidas saneadoras radicais não sejam adotadas.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário