pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: A comunicação do PT.
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segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Editorial: A comunicação do PT.

Crédito da Foto: Fábio Rodrigues. 


De fato, deve haver algo errado com a comunicação institucional do Governo Lula3. Somente com a emissora do plim plim o Governo já gastou, nesses dois anos, em publicidade institucional, mais do que todos os quatro anos do Governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Foram 177,2 milhões, consoante dados divulgados pela revista Veja. Mas, em princípio, não é nosso objetivo entrar aqui nessas miudezas de alguns milhões. No último encontro da legenda, ocorrido recentemente em Brasília, os problemas de comunicação foram um dos temas mais debatidos pela militância. Algumas questões fazem sentido, como a constatação de que as boas realizações da legenda precisam chegar ao conhecimento da população. Um bom exemplo disso são os dados do IBGE, que evidenciam a diminuição da pobreza no país, a melhor performance na série histórica, conforme o presidente do órgão, Márcio Pochmann. 

Sabe-se que órgãos da grande imprensa, alguns deles já de rabo preso com os projetos conservadores, não têm grandes interesses em dar os créditos ao partido. Por outro lado, os investimentos na comunicação pelas redes sociais - onde o partido apanha feio da extrema direita - são bem-vindos, mas há três problemas que se apresentam: a) Conforme enfatizamos por aqui em outras ocasiões, hoje não se trata apenas do como dizer, mas sobre o que dizer. Algumas narrativas do partido ficaram caducas ao longo dos anos, impondo-se a necessidade de mudanças programáticas que se reflitam no seu discurso, reestabelecendo esse link com amplos segmentos sociais, que hoje viram a cara para o partido. Apenas proceder mudanças de nomes na condução da publicidade institucional não irá resolver este problema. b) São bem-vindos as preocupações com as redes sociais, terreno fértil utilizado pela extrema direita, mas é preciso entender as limitações da legenda neste campo, operado magistralmente pela extrema direita, sobretudo a partir de 2013, sempre contando com uma forcinha inestimável desse tal de algoritmo. Eles nadam de braçada por ali, e isso não se resolve apenas com a contração de um influencer amigo ou coisa parecida. Leva tempo e estratégia adequada para equilibrar essa correlação de forças. A extrema direita entrou por aqui com muito planejamento estratégico. Nada foi feito de improviso. Eles estão atacando as resistências das forças do campo democrático e progressistas em várias frentes, de forma coordenada, e as redes sociais podem ser apenas a ponta do iceberg. c) Disputam internas geralmente turvam os raciocínios mais coerentes. Difícil afirmar, com precisão, se a questão da comunicação institucional seja o grande gargalo do Governo Lula3. Sugere-se que há outras questões, igualmente importantes, que possam estar sendo ignoradas. 

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