Infelizmente, a conjuntura política começa a ficar demasiadamente preocupante. Dólar subindo; avaliação do governo despencando; caserna inquieta com a prisão de um general de quatro estrelas; pacote fiscal que mais parece um Frankenstein, depois das mudanças introduzidas no Legislativo; inflação rondando as gôndolas dos supermercados. Peru a R$40 reais o quilo, queijo do reino a 120. Isso para ficarmos no básico. Assim fica difícil organizar a ceia de Natal. Em momentos assim, convém dar aquela desligada da realidade. Fazer um pouco do que fez no passado o grande Rubem Braga, deixar essas questões para os políticos e concentrar-se apenas naquele pé de milho que insistiu em nascer no seu quintal, transformando-o, depois de aposentado, ao lado de uma chata máquina de escrever, num rico lavrador da rua Júlio de Castilho. Talvez seja por isso que a maior audiência do blog nos últimos dias tenha sido as crônicas que escrevemos no passado. É uma forma de sermos menos afetados por essas intempéries.
A imprensa e as redes sociais hoje estão inundadas com informações acerca dessa queda de braço entre o Governo Lula3 e o mercado, através do Banco Central. O cenário está ficando muito parecido com aqueles dias nebulosos, onde as poderosas federações começaram a solapar o governo da presidente Dilma Rousseff, ao afirmarem que não iriam pagar o pato. Fortalecida a cada nova eleição, a oposição já prepara o mote da próxima campanha eleitoral, onde se prevê o fortalecimento da representação no Senado Federal, por razões bem conhecidas, além de levantar a bandeira da anistia aos implicados na tentativa de golpe do 08 de janeiro. Acreditamos ser o Brasil o único país do mundo onde segmentos da sociedade tentam banalizar uma tentativa de golpe de Estado.
O PT precisa encontrar o seu eixo com a carruagem em movimento o que, convenhamos, não é uma tarefa das mais simples. Salvo melhor juízo, no dia de hoje, 19, o presidente Lula irá se submeter a exames de rotina para averiguar os resultados da última intervenção cirúrgica. Os burburinhos do Palácio do Planalto dão conta de grandes investimentos na comunicação institucional, como forma de se contrapor às adversidades do momento. O Governo precisa parar de gastar, mas, segundo segmentos mais autênticos da legenda petista, tal procedimento poderia se constituir num suicídio político, ao interditar políticas sociais importantes, destinadas à população mais pobre. É isso.
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