pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: A operação da PF no DNOCS da Bahia.
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quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Editorial: A operação da PF no DNOCS da Bahia.


São curiosas as coisas neste país. Enquanto o presidente Lula suportava as intensas dores de cabeça e o cansaço para negociar com os líderes da Câmara e do Senado Federal a liberação das famigeradas emendas parlamentares, a Polícia Federal deflagrava uma mega operação na sede do DNOCS da Bahia, onde suspeita-se de desvios bilionário de verbas públicas em operações fraudulentas, envolvendo entes públicos e privados, através dessas mesmas emendas parlamentares. Um suspeito chegou a atirar uma mala com dinheiro vivo pela janela para não ser incriminado. Tudo em vão. Durante a operação, foram cumpridos 17 mandados de prisão, inclusive a de um dos ex-superintendentes do órgão. 

Em termos de emendas, são 186,3 bilhões de dinheiro público que escoa por tal expediente, de origem e destino incerto e não sabido. Em tais circunstâncias, não estranha os recorrentes casos de desvios de finalidades envolvendo tais emendas, a exemplo deste último no DNOCS da Bahia. Medidas tomadas pelo Ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, no sentido de impor regras republicanas às tramitações e prestação de contas dessas emendas estão se constituindo em verdadeiros obstáculos políticos junto ao Legislativo, onde se supõe que, quanto menos transparência melhor. Lula, por sua vez, sabe que se não conseguir o seu destravamento, mesmo em tais condições, pode esquecer a aprovação do pacote de ajustes proposto por Fernando Haddad. 

Preocupa sensivelmente a ampliação dessa fragilidade política do governo Lula3, ampliada a cada novo embate nas urnas. Depois que destravar as emendas, terá que abrir espaço na Esplanada dos Ministérios para atender às novas demandas políticas que dão sustentabilidade a essa frágil governabilidade. Frágil e incerta. Logo terá que se submeter às imposições do mercado, adotando o receituário por eles recomendados ou mesmo indicando alguém para conduzir a política econômica consoante suas diretrizes. Dilma já teria chutado o pau da barraca e deu no que deu. 

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