Hoje, dia 31, estávamos lendo, num blog local, a informação sobre uma manifestação do deputado Carlos Vera, que integra a tendência petista CNB (Construindo um Novo Brasil), acerca da não participação de membros desta corrente partidária na próxima gestão do prefeito João Campos, na Prefeitura da Cidade do Recife. A manifestação do deputado, se não tomada isoladamente, tem várias implicações. Estamos tratando aqui da corrente hegemônica do partido, aquela que congrega as principais lideranças da legenda, inclusive Humberto Costa, no plano estadual, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no plano nacional.
No passado, liderada por José Dirceu, quando ainda se chamava Articulação Unidade na Luta, esta tendência partidária foi a principal responsável para a pacificação de outros grupos mais radicais, constituindo-se como uma corrente partidária fundamental para o processo de institucionalização da legenda, permitindo que Lula chagasse ao Palácio do Planalto, depois da digestão dos acenos - sugere-se que inevitáveis - ao capital. A fala de Carlos Vera, salvo melhor juízo, certamente, não é uma fala isolada, reverberando, possivelmente algum ruído ou insatisfação de setores da agremiação, que não foram contemporizados na segunda gestão do prefeito João Campos.
Ter priorizado alguns setores do partido e não outros, pode indicar algumas previsões acerca do fechamento da chapa de João Campos na eventualidade de ele vir a se candidatar ao Governo do Estado ainda em 2026. Indica, no final, que o partido está dividido, o que não se constitui em nenhuma surpresa, mas hoje ganha alguns ingredientes novos, quando membros da legenda passam a não acompanhar o Governo, por exemplo, em votações importantes como o pacote de ajuste fiscal. Essa ala do partido se contrapõe às propostas relativas ao salário mínimo e ao BPC, que sofreu alguns ajustes, afrouxando algumas regras mais rígidas de concessão como fora proposto inicialmente. Em princípio, depois de acomodar integrantes da legenda na próxima gestão, o prefeito teria mantido um diálogo com os dois senadores do partido no estado. Tudo teria sido aplainado. Será?
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