pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial:Militares desejam a permanência de Múcio no cargo.
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sábado, 21 de dezembro de 2024

Editorial:Militares desejam a permanência de Múcio no cargo.



No dia de ontem, 21, jornalista do Jornal Folha de São Paulo usou uma expressão interessante, mas pouco usual quando estamos tratando de Ministros de Estado que podem deixar o Governo. Durante uma matéria sobre uma eventual saída do Ministro da Defesa do Governo Lula3 do cargo, informou que o titular da pasta estaria com fastio, termo que o ministro não deverá saber o que significa pelos próximos dias, já de volta a Pernambuco para aproveitar o recesso de ano novo, submetido à gula do repasto da doce culinária pernambucana, muito influenciada pela aristocracia açucareira, onde ele tem suas origens. Não faltarão as tapiocas, as cocadas, o Bolo Souza Leão, O Bolo de Rolo, as cachaças genuínas, o mel de engenho derretido nos cuscuz, o queijo coalho assado no braseiro, os sorvetes e licores de pitanga. Quando José Lins do Rego esteve no internato de Itabaiana, quase morria de tédio em razão da ausência dessas iguarias, preparadas com esmero pelas mucamas do Engenho Corredor. Quando conseguiu fugir do cativeiro, chegou ao engenho justamente no momento da revoada das tanajuras, outra iguaria bastante apreciada pelos nordestinos.  

O cargo de Ministro da Defesa foi aceito pelo pernambucano como uma missão. Aposentado do TCU, as perspectivas que se abriam para José Múcio Monteiro na iniciativa privada eram bem mais promissoras. Superada as reticências iniciais, não seria este o único momento em que o ministro manifestara o desejo de deixar a pasta da Defesa. Já teria cumprido a sua missão de pacificar a relação entre civis e militares. A escolha caiu como uma luva, pois Múcio foi muito bem aceito na caserna. A tese da pacificação, sobretudo nas atuais circunstâncias, é controversa, mas vamos em frente. Nos últimos dias, jornais como O Globo e a Folha de São Paulo, curiosamente, dedicaram matérias sobre uma eventual mudança no Ministério da Defesa. 

Chamamos a atenção por aqui sobre uma possível crise aberta em relação ao vídeo divulgado pela Marinha. O problema não seria necessariamente o teor do vídeo - embora seja este o mote das discussões - mas, de novo, a inoportunidade diante das circunstâncias, onde mal saímos de uma tentativa de golpe de Estado, onde há militares envolvidos, cabendo às instituições democráticas a espinhosa tarefa de adotarem medidas punitivas, como esta última, onde um general de quatro estrelas foi preso, constituindo-se em algo inusitado no país. Não há clima para disfarças a inquietude em alguns setores militares, sobretudo em razão da possível prisão de novos militares. 

Na realidade, o vídeo produzido provocou ruídos nessa relação. Segundo a Folha,  o presidente Lula sugeriu a demissão do Comandante da Mainha, proposta com a qual o Ministro da Defesa não concordou, sobretudo porque poderia contribuir para ampliar essas arestas entre civis  e militares. Outra pergunta bastante atinente é sobre quem iria substituí-lo na pasta? Múcio, ainda segundo a matéria do Jornal, teria um lista tríplice. Desta lista, apenas o nome de Geraldo Alckmin teria sido ventilado. Para inflamar ainda mais o ambiente, que já é naturalmente propício às combustões, o Jornal sugere que a cúpula militar  não aceitaria a saída do Ministro José Múcio. Caso ele deixasse o cargo, as relações entre civis e militares voltariam à estaca zero. 

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