pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Jornal insinua que o Ministro da Defesa gostaria de deixar o cargo.
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sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Editorial: Jornal insinua que o Ministro da Defesa gostaria de deixar o cargo.



Quando aceitou ser o Ministro da Defesa do Governo Lula3, o pernambucano José Múcio Monteiro estava deixando o TCU, com um horizonte dos mais promissores na iniciativa privada. Num ato de abnegação, depois de muita insistência do petista, aceitou o cargo. Hábil politicamente, foi muito bem recebido pela caserna, cumprindo uma missão importante em aplainar, naquele momento crucial, a relação entre civis e militares, que sempre foi marcado por algumas escaramuças ao longo de nossa história. Como se sabe, devido às circunstâncias, as coisas apenas se agravaram desde então. São questões orçamentárias, políticas  e estratégicas em jogo, por vezes gerando alguns desentendimentos dentro do próprio Governo, como, por exemplo, no que concerne à polêmica em torno da aquisição de tanques de fabricação israelense, quando alas ideologicamente orientadas da legenda petista se contrapuseram às negociações em estágio bastante avançado. Matéria do jornal O Globo, trata deste eventual desejo do ministro José Múcio. 

O ministro sempre afirmou que a ocupação do cargo foi uma grande oportunidade de conhecer de perto o trabalho realizado pela Forças Armadas no país. Mas, convenhamos, longe de apaziguarmos os ânimos entre civis e militares desde então, a tendência natural é que essas relações piorem daqui para frente, depois dos avanços das investigações sobre a tentativa de golpe do 08 de janeiro, que cada vez mais envolvem membros da caserna, ampliando as arestas e indisposições. Aguarda-se para o próximo ano uma reforma ministerial no governo, movida, sobretudo, em razão das acomodações políticas produzidas pela correlação de forças provenientes das últimas eleições municipais. 

Lula, por exemplo, deverá ampliar as alianças que já vinha construindo, assim como acomodar a musculatura de partidos como o PSD, hoje o partido de maior capilaridade nacional. Kassab já teria sinalizado que deseja maior "visibilidade" para o seus subordinados. Fala-se também nas mudanças em razão do desempenho, o que significa que poderá ocorrer trocas de peças no tabuleiro da Articulação Política e da Comunicação Institucional. Estamos sob nevoeiro, mas o morubixaba petista ignora as lições dos marinheiros e não conduz o barco devagar. Não irá comprometer as políticas sociais em razão do déficit fiscal; rediscutirá e ampliará os acordos com a sua base fluída de apoios junto aos partidos de centro;  investirá pesado na comunicação institucional, apontada como um dos principais gargalos que impedem o crescimento de sua popularidade. 

P.S.: Do Contexto Político: Matéria do Jornal Folha de São Paulo, no dia de hoje, 20, informa que houve um diálogo menos amistoso entre o ministro e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desejava destituir o comandante da Marinha logo após a divulgação daquele vídeo polêmico. José Múcio demoveu o presidente deste intento, mas teria externado, segundo o jornal, um fastio em continuar no cargo. A Marinha é onde se encontra o maior foco de indisposição ao petista. A matéria é longa, invocando, inclusive, a zona de atrito entre alas da legenda e os militares. Nas entrelinhas, fica claro, igualmente, assim como ocorreu com o pacote de ajuste fiscal, o quanto o morubixaba petista é sensível a esta área mais ideologicamente orientada da legenda. 

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