pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Quem vai pagar o pato desta vez?
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sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Editorial: Quem vai pagar o pato desta vez?



Estamos acompanhando uma formação pela UFRS sobre os "Acontecimentos" de 2016, que culminaram com o afastamento da presidente Dilma Rousseff da Presidência da República. Conjugaram-se perigosamente, naquele período, alguns fatores que acabaram por minar toda a sua resistência, assim como solapar as reações tímidas do campo progressista ao andamento de um processo que tinha como objetivo maior apeá-la do poder. Algumas combinações de fatores podem ser determinantes num processo político, assim como ocorre com as reações químicas. Não se aconselha, por exemplo, conjugar instabilidade política com uma economia na bancarrota, uma população insatisfeita, convivendo com o monstro da inflação, com seus salários derretendo todos os meses, sem os recursos da classe média alta e dos ricos, que podem ser classificados como rentistas, e asseguram a liquidez e o poder de compra dos seus rendimentos através dos investimentos. Perdão por entrar por aqui numa seara onde conhecemos apenas a lei da procura e da oferta.  Juros nas alturas interessa apenas aos rentistas. 

Assim como naqueles dias que antecederam ao impeachment de Dilma Rousseff, ninguém quer pagar o pato. O pato aqui é uma referência ao pato inflado, colocado na sede da FIESP, em São Paulo, informando que o mercado não iria assumir o ônus do arrocho. Não queremos assumir a condição de oráculo do caos, mas os próprios economistas advertem que, se certas condições não forem controladas, a economia do país pode descer a ladeira da recessão. O agravante dos dias de hoje é que, diferentemente de 2016, quando o caserna estava cuidando de suas atividades inerentes, hoje as instituições democráticas e republicanas precisam lidar com o indiciamento de indivíduos, inclusive fardados, que estiveram no epicentro de mais uma tentativa de golpe de Estado no país. 

Lula enfrenta uma oposição de faca nos dentes, inconsequente, desprovida de espírito público, com uma tremenda má vontade contra o seu Governo. Tentaram impedir inclusive que ele assumisse. A rigor, se considerarmos as apurações da PF, até um plano de assassinato chegou a ser planejado. Eles torcem pelo quanto pior melhor. Estão minando as resistências de Lula, que conta apenas com sua habilidade política para se contrapor a este vendaval. O cerco é por todos os lados. Nas ruas, nas redes, em setores da mídia, no Legislativo. O mais preocupante é a inércia das forças do campo progressista e democrático, o que se sugere, não tenham, ainda, dimensionado o tamanho real da encrenca. 

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