Este decreto que regula as ações policiais, publicado recentemente pelo Ministério da Justiça, ainda vai dá muito o que falar. Há uma indisposição latente entre alguns governadores em relação às ações de políticas públicas de segurança pública emanadas pelo Ministério da Justiça, comandado por Ricardo Lewandowski. Não é um problema de nomes. Não há como questionar o espírito público, a capacidade técnica e a habilidade política do titular do cargo. Mesmo atuando hoje no STF, o ex titular da pasta, o Ministro Flávio Dino, continua um alvo preferencial das investidas de amplos setores oposicionistas, principalmente os diretamente vinculados ao bolsonarismo, numa evidência inconteste dessas indisposições.
Veja-se, por exemplo, as rusgas recentes em relação à sua decisão de bloquear o pagamento de emendas parlamentares, eivadas de irregularidades, como o andamento dos trabalhos de investigação da PF estão evidenciando. A nota assinada pelo próprio Ministro Ricardo Lewandowski, fala de um "consenso". Consenso que, infelizmente, está muito longe de ser construído entre o Governo Lula3 e a oposição em torno deste assunto, uma vez que segurança pública tornou-se um mote de campanha política, de olhos nas eleições de 2026.
A leitura que eles estão matreiramente fazendo é que se trata, imaginem, de um decreto que favorece o banditismo, pois o policial só irá reagir depois que o bandido sacar a arma, quando o objetivo, na realidade, seria o de evitar abusos de autoridade, que se tornaram perigosamente recorrentes nos últimos dias. Esses governadores de direita e de extrema direita vão trabalhar com este mote até outubro de 2026. Ao que se sabe, devem recorrer ao STF e, nas entrelinhas, ficamos sabendo que a Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados - hegemonicamente dominada pela bancada da bala - pretende barrá-lo.
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