pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Ninho de intrigas entre os conspiradores.
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sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Editorial: Ninho de intrigas entre os conspiradores.


Sugere-se que já entramos na fase do dilema do prisioneiro no que concerne aos envolvidos na trama golpista recente. Na terça-feira, a Polícia Federal voltou a ouvir o ex-ajudante de ordens da Presidência da República no Governo Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. Antes mesmo de sua oitiva, passaram a circular um monte de informações pela imprensa, todas relativas aos atores envolvidos na tentativa de golpe. Com o passar dos anos, vamos sentir falta de um René Armand Dreiffuss, que procedeu um esmiuçamento tão rigoroso sobre o golpe civil-militar de 1964, ajudando-nos a esclarecer alguns fatos inéditos que estiveram por trás dos bastidores do que fora oficialmente divulgado. 

Oxalá, surjam novos pesquisadores com o seu rigor científico e disciplina para se debruçaram sobre os arquivos, relatórios, dossiês, áudios sobre este caso mais recente, uma vez que há bastante desencontro de informações, algo que talvez esteja sendo plantado propositadamente pelos próprios atores envolvidos. Hoje se fala numa espécie de suposto espião do Judiciário entre a tropa, assim como eventual comandante militar, que exercia papel estratégico à época, que teria dado sua anuência às tessituras golpistas, mas não está arrolado nos relatórios. 

Alguns foram atacados veementemente por golpistas e bolsonaristas radicais, seja nos convescotes intramuros, seja nas redes sociais, como foi o caso do então Chefe do Estado-Maior do Exército, o general Valério Stumpf Trindade, que se recusou a ingressar na aventura golpista, cumprindo seu dever de zelar pelos princípios constitucionais e legalistas inerentes à tropa. Uma atitude cívica louvável, porém mal interpretada por aqueles que defendiam um golpe de Estado no país, que atacaram sua honra injustamente. O general afirma que, não apenas ele, mas membros de sua família também foram atingidos pelos petardos desferidos pelos militantes golpistas. 

A Polícia Federal já indiciou 37 e, pelo andar da carruagem, cabe mais gente neste trem golpista. Os envolvidos estão fazendo um jogo que busca inverter a ordem natural das coisas, ou seja, golpistas dando uma de vítimas, tentando imputar a culpa naqueles que se recusaram a entrar nesta canoa furada. A PF, no entanto, com maestria, vai emendando os fios soltos, observando as contradições, apurando novos fatos, realizando diligências e oitivas no sentido de desvelar toda a trama que esteve por trás de mais uma tentativa de golpe de Estado no país. 

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