Por Pedro Luiz Rodrigues
Para a arraia miúda, a Convenção Nacional do PMDB ocorre hoje, no auditório do Centro Empresarial Brasil 21, no Setor Hoteleiro Sul, em Brasília.
Para a arraia graúda do partido, a grande convenção ocorreu anteontem à noite, na residência do Vice Presidente da República, o Palácio do Jaburu.
Hoje, o programa é formal. Serão eleitos os novos membros do Diretório Nacional e da Comissão Nacional de Ética e Disciplina. O Diretório elege em seguida a nova Comissão Executiva Nacional.
Anteontem à noite, no jantar no Jaburu, tudo foi mais informal, descontraído mesmo. Duzentos peemdebistas juntaram-se a Michel Temer para brindar o ex-presidente José Sarney. O que também fez a convidada de honra, a Presidente Dilma Rousseff.
Uma Dilma que mostrou não ter fundamento aquela velha historia de que seria avessa à política e ao contato com os políticos.
Era uma raposa, entre raposas. E que estava ali para dizer o quanto o PMDB era importante para assegurar a governança do País.
Em linguagem política, reconhecer tal fato equivale a uma verdadeira declaração de amor.
O PMDB, afinal, não é brincadeira em termos de números. Além do vice, tem cinco ministros, igual número de governadores, oito vice-governadores, 79 deputados federais, 18 senadores, 152 deputados estaduais. 1020 prefeitos (quatro prefeitos de capital) e 8.495 vereadores.
Para não falar que detém a presidência das duas Casas do Congresso.
Se algumas agremiações de representatividade parlamentar esquálida provocam, às vezes, enjôos e dore de cabeça no Planalto, imagine-se o que aconteceria se o PDMB resolvesse encrencar.
Dilma, segundo a opinião dos peemedebisas esteve esplêndida. Conversou com todos, fez afago em quem precisava, agradeceu o apoio que lhe prestou Sarney na Presidência do Senado. Dispôs-se até em abrir espaço em sua agenda para comparecer hoje, pasmem, à convenção do PMDB!!!!
O diálogo, assim franco e aberto, com o PMDB, é fundamental para os planos políticos da Presidente, sejam eles quais forem.
Dá-lhe, ademais, uma necessária autonomia de vôo em relação à ortodoxia do PT e às fibrilações juvenis do PSB.
Os pessebistas têm andado com peito estufado nos últimos meses, pretendendo-se com força e prestígio para conseguir a vaga de vice, na cédula eleitoral da coalização liderada pelo PT, em 2014.
O PMDB faz que não vê, nem comenta. Simplesmente exibe seu poder e prestígio. Abraça a Presidente, oferece-lhe o apoio costumeiro, e toca as coisas para frente.
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