Apesar
do novo ministro do Trabalho, Manuel Dias, prometer que vai pacificar o
partido, todos sabem que o PDT se transformou num poço até aqui de mágoas.
Ainda ontem, comentando sobre os novos arranjos governistas, o senador
Cristovam Buarque afirmou que o partido se transformara num “puxadinho” do Planalto
ou, mais especificamente, do PT. O partido está cindido. Antes mesmo de sua
convenção, Dilma já havia anunciado o nome de Manoel Dias para substituir Brizola
Neto, numa evidente demonstração de que se submetera à necessidade
segurar a onda da governabilidade e assegurar o apoio da máquina pedetista para
o seu projeto de reeleição. Brizola não representava o partido no Governo.
Urdiram-se todas as manobras contra a sua gestão no interior da agremiação.
Tentando honrar o nome de Brizolão, como Dilma havia solicitado, tentou evitar que
as raposas continuassem agindo no galinheiro do ministério, mesmo que, em última análise,
isso significasse sua degola, o que acabou ocorrendo. Cevado nos subterrâneos
da política, Carlos Lupi, uma espécie de dono do feudo partidário pedetista, moveu montanhas para miná-lo. Controlando o partido
com mão-de-ferro, manteve a bancada fiel às suas ordens e, não bastasse, colocou
as centrais sindicais vinculadas à agremiação em pé de guerra com o Planalto.
Temeroso sobre os reflexos dessas indisposições para as próximas eleições, Lula
teria recomendado a Dilma entregar a carne às hienas. Um outro agravante é o
constante assédio do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, sobre a legenda.
Comenta-se nos bastidores que Eduardo teria chegado até mesmo a convidar o
senador Cristovam Buarque para uma composição de chapa, entregando-lhes a vice.
Com o banquete definido, agora resta o choro daqueles que não foram convidados.
O próprio Cristovam, Pedro Taques, o deputado pernambucano Paulo Rubem e
aqueles que estiveram com Brizola Neto, algo em torno de 70 votos. Em
Pernambuco, o cacique da legenda e prefeito da Princesa do Agreste, José
Queiroz, é muito ligado a Carlos Lupi. Paulo tem lá suas desavenças com Queiroz
e ninguém sabe ainda qual será a sua posição, diante da inevitabilidade da candidatura do governador Eduardo Campos, conforme questionou
recentemente, pelas redes sociais, o vereador Edilson Silva. Em última análise, o que se
pode concluir é que o presidencialismo de coalizão provoca mais uma dança das
cadeiras, quase sempre, com prejuízo da res publica. Brizola Neto caiu em razão
de acordos políticos duvidosos. Caiu em razão dos seus acertos. Demonstrou incapacidade de oferecer o banquete às hienas. Durante o tempo em que ocupou o ministério - menos de um ano - promoveu uma faxina ética no órgão, algo que causava urticária nas velhas raposas trabalhistas. Boa sorte, Brizola.
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