Em
pronunciamento recente na Casa de José Mariano, o vereador André Régis (PSDB),
declarou-se incrédulo com a ascensão da popularidade da presidente Dilma
Rousseff, a despeito dos problemas enfrentados pela economia brasileira.
Segundo o vereador, essa ascensão desafia, inclusive, a própria Ciência Política,
uma vez que uma das variáveis determinantes nesse processo seria a condução da
política econômica. Como explicar a melhoria dos seus índices de popularidade
diante de indicadores econômicos tão modestos? Na região Nordeste, por exemplo,
que enfrenta a maior seca de sua história, a presidente atinge índices
surpreendentes: 85% de avaliação boa e ótima.
Alguns
analistas também apontaram essa aparente contradição, mas logo se convenceram
de que outra série de variáveis positivas foram determinantes para que a
presidente alcançasse esses índices, como a baixa taxa de desemprego com
crescimento de renda, o carisma pessoal da presidente – que passa a imagem de
uma administradora firme, competente e segura – além, evidentemente, das
políticas sociais distribuição de renda, como o Bolsa Família, amplamente
aprovada pela população, sobretudo seus estratos mais fragilizados. Ou seja,
mais do que os índices econômicos – como um pibinho acanhado – valem muito mais
as boas políticas sociais implementadas pelo Governo Federal.
O
Nordeste foi uma das regiões que mais contribuíram para alavancar a
popularidade da presidente. Oficialmente, o planejamento regional é algo que
ficou no esquecimento nos últimos governos, mas, mesmo por vias tortuosas, os
programas de seguridade social atendem, em sua maioria, a contingentes
populacionais majoritariamente localizados na região, o que explica o fato de o
Nordeste ter se tornado um reduto eleitoral petista na Era Lula/Dilma.
Tornou-se, portanto, uma região estratégica para os seus planos de continuar
como inquilina do Planalto por mais 04 anos.
Já
na sua primeira eleição, as sementes plantadas pelo Governo Lula na região
foram fundamentais para equilibrar o jogo eleitoral, garantindo a sua vitória,
superando suas dificuldades em outras regiões do país. Certamente o ensaio de
uma candidatura como a do governador pernambucano, Eduardo Campos, acendeu a
luz amarela na ante-sala do Planalto. Não o suficiente para apavorá-los, mas
para alertá-los sobre a necessidade de cuidarem bem do seu reduto, traduzido no
conjunto de medidas anunciadas para a região, algumas delas antecipadas durante
a inauguração recente de trecho da adutora do Pajeú, em Serra Talhada.
Os
possíveis candidatos adversários, dentro do esperado, desdenharam desses
índices, mas eles sabem que não será nada fácil enfrentar um governante com tamanha
aprovação, chegando a piques de 79%(CNI)IBOPE, no seu conjunto. Nem todas as
notícias são alvissareiras. Há uma previsão de que a estiagem na região se prolongue
pelos próximos meses, agravando os problemas. A pesquisa de intenção de voto
para a Presidência da República, realizada pelo Instituto Datafolha, confirma o
bom momento vivido pela presidente Dilma Rousseff. Com 58%, se as eleições
fossem hoje, ganharia no primeiro turno, o que levou alguns analistas, caso de
Marcos Coimbra, do Instituto Vox-Populi, a concluírem que 2014 é uma eleição já
praticamente definida, independentemente dos ingredientes do “cozido”.
Um
dos fatores pelos quais o ilustre vereador pode procurar uma explicação para do
fenômeno é o fato de que o seu partido, o PSDB, apesar dos acertos das
políticas que nos proporcionaram a estabilidade econômica – ameaçada? – padece
de um grave problema, já apontado pelo jornalista, a demofobia. A sensibilidade
social tem sido uma marca petista, apesar do mensalão e dos tropeços na
economia. No último seminário realizado pelos tucanos, em São Paulo, de certa
forma, a admitir que o partido precisa sentir o “cheiro do povo”, o grão-tucano
FHC calça a sandália da humildade e reconhece o problema.
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