Santana monta imagem de Dilma em marcas próprias
Quem baixou os juros, reduziu as tarifas de energia elétrica, derrubou impostos, segurou o preço dos alimentos, manteve o emprego em alta, ufa!, e está acabando com a miséria e promovendo redistribuição de renda?; para o marqueteiro João Santana, Dilma, Dilma, Dilma; ele centra campanha à reeleição da presidente na coleção de "marcas próprias" que ela pode exibir, sem medo de mostrá-la como uma mãe social e uma ótima gestora de governo; arsenal vai crescer em pronunciamento no feriado de 1º de maio
247 _Em dois anos de governo, a presidente Dilma Rousseff
conseguiu bater na própria figura uma série de carimbos que a
distinguem, para o bem, entre a maioria da população. Essa é a avaliação
do marqueteiro João Santana, coincidente com a da própria presidente e
seus principais conselheiros.
A queda dos juros bancários, a redução nas tarifas de energia
elétrica e a manutenção dos preços dos alimentos são, neste momento, as
"marcas próprias" de Dilma e seu governo que serão mais exploradas nas
mensagens que ela vai transmitir nos horários políticos do PT e, sem
dúvida, em seus pronunciamentos oficiais.
MOMENTO MIDIÁTICO _ O próximo grande momento midiático de Dilma vai
ocorrer no feriado de 1º de Maio, o Dia do Trabalhador. Um pacote de
desonerações de impostos para o setor de ônibus urbanos poderá ser
anunciado. A intenção é obter, ao menos, a manutenção dos preços das
tarifas. Isso aliviaria a inflação, tecnicamente, e politicamente deve
trazer mais dividendos para a imagem da presidente. Na mais recente
pesquisa Ibope, com 76% de intenções de voto Dilma exibiu taxa três
vezes maior que a da soma de seus adversários. Representaria uma vitória
folgada, e consagradora, em primeiro turno.
Os porcentuais recordes e projeções otimistas sobre o desempenho da
economia no segundo semestre proporcionam um clima de otimismo
concentrado entre o staff para as principais questões de comunicação, do
qual, além de Santana, fazem parte os ministros Fernando Pimentel e
Aloizio Mercadante, o senador Delcídio Amaral e o secretário-geral do
PT, deputado Paulo Teixeira. Todos cruzam números, e já se espera
comemorar o crescimento de 1% do PIB no primeiro trimestre, mas ainda é
empírica a avaliação de que o segundo semestre será de aquecimento
econômico. A aposta é que as medidas do governo, centradas nas
desonerações fiscais, surtam mais efeito em combinação com as reduções
nos juros e nas tarifas de energia elétrica.
Entre dezembro e janeiro, o Ibope apurou um crescimento de 9% nas
intenções de voto da presidente. O dado levou o marqueteiro João
Santana a concluir que não há o que mudar na linha de comunicação
presidencial, mas muito a aprofundar. O slogan O fim da miséria é só um
começo, usado no momento em que Dilma anunciou ampliações do programa
Bolsa-família será sucedido por outros sobre decisões específicas.
A toda oportunidade, especialmente nos horários partidários pela
tevê, a imagem de Dilma será mostrada em dois planos: o de mãe social e
gestora eficiente. A mensagem que será bombardeada é a de uma presidente
que alavancou o desenvolvimento social e redistribuiu renda como forma
de patrocinar o ingresso do Brasil no primeiro mundo. Os benefícios
distribuidos à população, especialmente a mais pobre, fazem parte de um
plano que está dando certo, e vai tirando décadas de atraso nas
políticas sociais.
(Publicado originalmente no jornal Brasil 247)
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