pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: O que se passa no Ministério da Educação, Aloizio Mercadante? A demissão de Amaro Lins é um equívoco.
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sábado, 2 de março de 2013

Editorial: O que se passa no Ministério da Educação, Aloizio Mercadante? A demissão de Amaro Lins é um equívoco.





O ministro da Educação, Aloizio Mercadante,  é hoje um dos mais prestigiado da Esplanada dos Ministérios. Interlocutor da presidente Dilma Rousseff, a sua influência vai muito além do Ministério da Educação. Como ex-ministro da Ciência e Tecnologia, foi um dos principais vetores ao nome do deputado Gabriel Chalita para ocupar aquela pasta. Há um órgão estratégico daquele ministério – responsável pela liberação de medicamentos - que, dizem, ele não gostaria de perder o controle. Não entro no mérito de sua gestão, mas antecipo que seu antecessor, Fernando Haddad, fez o dever de casa, deixando a pasta muito bem arrumada. Ainda fui estudante de instituição pública que alcançou o Restaurante Universitário da UFPE, fechado no Governo de Fernando Henrique Cardoso. Para não dizer que estou mentindo, a sobremesa, quase sempre, não passava de uma laranja, que costumávamos cortar em quatro pedaços. Era um serviço essencial para nós, estudantes empobrecidos. Precisava deslocar-me da região metropolitana do Recife – Paulista – para a  UFPE, no Engenho do Meio. Tinha que sair às 05:00 horas da manhã para conseguir chegar a tempo de acompanhar as aulas de Latim, da professora Inalda, ou as aulas de linguística, com o professor Esdras que, avexado, nos aconselhava a sair dos alambrados do CAC e nos dirigimos à sala de aula, de preferência preparando uma ata. Quem salvava a pátria eram as imitações de Frank Sinatra, na voz de Guimarães, um velho marinheiro, que aprendeu inglês no cais do porto.Uma figura divertidíssima. Quanta saudade!!! Amaro Lins foi eleito para gerir a UFPE na esteira de uma ampla política de inclusão educacional implantada na era Lula/Dilma. Amaro, portanto, esteve vinculado com as políticas públicas educacionais mais identificadas com o objetivo de permitir o acesso ao ensino superior público às camadas mais empobrecidas da sociedade. O exemplo mais emblemático dessa fase foi a aprovação do aluno Alcides para o curso de Biomedicina, que contou com todo o apoio da Reitoria de Amaro Lins. O caso específico ganhou repercussão internacional. Infelizmente, ocorreu aquela tragédia que todos conhecem e que não vale a pena relembrar. Pois bem. Amaro foi o responsável pela reabertura do conhecido “bandejão”, inclusive facultando refeições gratuitas a um grupo de estudantes, previamente selecionados, a partir do grau de exclusão social. Poderia nos estender aqui mencionando as realizações de Amaro Lins na UFPE, mas essas duas referências são suficientes para identificar o seu perfil político. Um perfil sobejamente identificado com as políticas públicas inclusivas da era Lula/Dilma, conforme já afirmamos. Causa estranhamento, portanto, o seu afastamento do Ministério. Para completar o enredo, ainda surge nas redes sociais um patricinho, bem-nascido, mal intencionado -desses que chegam na universidade com o cabelinho ainda molhado e um fone de ouvido - com o objetivo de denegrir a imagem de um homem honrado. A motivação, possivelmente, é uma politicagem de pé de escada, rasteira, insana, coorporativa, oriunda de alguém com os "valores" da classe média tradicional, que torce o nariz para os estudantes de estratos sociais fragilizados que estão tendo acesso à universidade. Quanto ao MEC, houve um grave equívoco em afastar alguém que, em tese, sempre esteve identificado com as políticas mais progressistas da Instituição, implantadas a partir do Governo Lula, o governante com a maior sensibilidade social que este país já conheceu. Uma atitude que, certamente, cumpre um rito onde a “acomodação” política se sobrepõe à competência, ao mérito. Amaro Lins era Secretário de Educação Superior do MEC. Só temos a lamentar, senhor ministro. 

Nota do Editor: Peço desculpas pelos erros de língua portuguesa cometidos nessa postagem, alguns deles devidamente corrigidos. Em algumas ocasiões, escrevemos com o coração. 

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