Daqui alguns anos alguém vai precisar se debruçar em estudos para explicar o que ocorreu com o Governo de Eduardo Campos, embora já existam estudos muito bons sobre o assunto, como o do professor da Universidade Federal de Pernambuco, Michel Zaidan Filho, intitulado: A Honra do Imperador, que tivemos a oportunidade de ler recentemente. Quiçá um estudo do ponto de vista do marketing institucional, capaz de identificar como foi montado esse "escudo de proteção" do Governo, que impediu durante um bom tempo que a população identificasse seus equívocos, suas falhas, seus erros crassos. Penso que somente o fato de ter calculado mal o rompimento com o Governo Federal não explica esse verdadeiro "desmoronamento" de imagem. Outro dia um colega, Clóvis Barreto, estava questionando por aqui as pesquisas de popularidade - ou de avaliação - que colocavam o governador pernambucano nas alturas. Um prestígio, dizia ele - e com razão - que foi capaz de eleger Geraldo Júlio para prefeito da capital e influenciar decisivamente na eleição de um séquito de prefeitos do cinturão da região metropolitana do Recife. De fato. O que é que estava errado, então? As pesquisas anteriores? A pecha de "traidor" seria suficiente para criar essa antipatia junto aos eleitorado? Seriam as contradições do seu discurso? Um caçador de raposas que anda acompanhado delas? Um Governo que reprime as manifestações de rua e convoca os jovens para ocuparem as ruas, as universidades e as redes sociais? Um choque de gestão que não consegue mudar os índices de desenvolvimento humano no Estado? Como diria o saudoso cientista político Robinson Cavalcanti, está aqui um bom mote para uma dissertação de mestrado ou tese de doutorado. Faço essas observações diante da nova pesquisa do Instituto Maurício de Nassau, que avalia a popularidade dos presidenciáveis em Pernambuco, onde Dilma Rousseff aparece com 40% das intensões de voto, enquanto o candidato Eduardo Campos, que governou o Estado por dois mandatos, aparece com 30%. Talvez Lula tenha matado a charada: Quem cuidou dos pobres em Pernambuco foi o Governo Federal.
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